A princesa e a ervilha

Não fode, nem sai de cima. É uma expressão que caracteriza o dia-a-dia de várias pessoas. Como aquelas que nos aparecem à frente caídas do céu, enchem-nos o coração de gomas e confetis e depois puff. Nem uma atitude decente. Ora o que chateia é que o coração excitadíssimo com a mais recente descoberta, seguida de uma desilusão barata (daquelas que nem têm nível para romance), não consegue acompanhar a montanha-russa destas situações pseudo-românticas. E adoece. Muitas vezes gravemente. É vê-lo com arritmias, insuficiências e fadiga crónica. Fica-se doente do coração e do amor. Porque é o amor que mata o coração. Lentamente. Mas o músculo involuntário lá conhece um médico cardiologista porreiro, umas receitas SOS e a coisa resolve-se. E o amor? Como se resolve o amor? Com chá e torradas? Exercício físico? Canja de galinha? Noitadas com os amigos? Não me parece. O amor mal resolvido torna-se na ervilha que, debaixo de vinte colchões, atormentou a princesa toda a noite. Mesmo com outros vinte em cima, vai continuar a doer.

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.