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Tudo na vida tem um fim. É a única certeza que temos. É talvez um bocadinho do que nos conforta antes de adormecer. E hoje tenho de despedir-me deste blog. Fez sentido até agora, mas hoje já não me conforta. Vou despedir-me dele e dizer-te olá. Espero que para sempre. Espero que todos os dias.
Talvez regresse, talvez não. Talvez num outro sítio, noutra vida ou noutro coração. De uma coisa tenho a certeza, volto mais crescida e mais eu.

Agora, é tempo de viver lá fora! Cá vamos nós!!!







































































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Porque tem de dar certo

Há palavras que se prendem na garganta. Queremos gritá-las, cuspi-las com força para a cara da outra pessoa. Feri-la com elas como se fossem estilhaços da bomba que acabou de rebentar em silêncio dentro de nós. Mas dizem que o amor é cego, surdo e mudo. E o meu ontem ficou afónico.
Fazer tudo bem. É o grande desafio dos nossos dias. Comer de forma saudável, ser profissional, manter a casa limpa e arrumada, dar atenção aos amigos, beber dois litros de água por dia, amar incondicionalmente quem partilha a vida connosco, conseguir andar em cima daqueles saltos de dois metros que o trabalho nos impõe, surpreender o namorado com um jantar romântico, ingerir menos hidratos de carbono, dar conselhos a amigas que sentem que tudo está perdido, respeitar os sinais de STOP no trânsito, saber tudo e mais alguma coisa sobre os 50 aparelhos de radiologia e responder a todas as questões confiantemente, vestir lingerie sexy, aspirar o carro todos os meses, tirar a maquilhagem antes de ir dormir, deixar de fumar, vá que hoje é o último e tantas outras coisas. Mas depois esquecemo-nos do mais importante. De parar. De perguntar o que queremos no espelho. De chorar o cansaço, dormir para afastar o stress, estarmos sozinhos. De tirar do bolso uma ilha deserta instântanea para sentir o sol a bater-me na pele. Para sentir o coração a bater no peito. E sentir que não, que ainda estou aqui, ainda tenho palavras nos dedos, músicas nos ouvidos e uma vontade enorme de mandar tudo à merda, como sempre, aliás.

Um ano e um mês,

No meio do trânsito. Do meu lado esquerdo uma senhora fixava o horizonte e perdia-se nos seus pensamentos. À minha frente um casal jovem de namorados discutia teatralmente. E eu reconheci a música no rádio, aumentei o volume quase até ao máximo, exactamente como sei que detestas, e comecei a sorrir. Primeiro a medo, depois tive mesmo vontade de rir. E ri, ri, ri, ri, com gosto. Ri até ficar com os olhos a brilhar. Cheios de ti. Porque podes baixar o volume do rádio as vezes que quiseres, podes discutir treatralmente comigo, posso até olhar para o horizonte como a senhora que está no carro ao lado do meu, posso ter vontade de mandar toda a gente à merda por detestar o que faço, posso não ser capaz de me levantar da cama todas as manhãs à hora que seria suposto, podes zangar-te comigo por fumar cigarro atrás de cigarro, mas nunca vamos conseguir diminuir o que sinto por ti. Minimizar-te, se algum dia for preciso, será a missão impossível da minha vida.
(Coldplay - Charlie Brown)

Em três dias,



cheguei aos 47,5.

Do I have to save your soul?

Há muito tempo atrás reconheci que cada um de nós tem, na liberdade, a sua própria prisão. Definir onde começa o espaço de um e acaba o do outro é praticamente impossível. Definir a nossa própria felicidade é difícil. Fazer feliz quem amamos é destruidor. Destruímos o orgulho, a confiança, os valores e perdemo-nos dentro de nós para encontrar o caminho do outro. A dúvida é avassaladora. Acaba com tudo o que construímos e deita por terra todo o amor que existe. Tenhos as mãos atadas atrás das costas. Se tentar correr para ti vou tropeçar e magoar-me a sério. Se ficar aqui parada vou perder a vida que imaginei contigo. O meu coração vai parar em qualquer dos casos. Ninguém morre de amor. Mas morre-se de dúvida, de incerteza, de desconfiança, morre-se de tanto querer amar o que não é certo.

Com algum atraso

Há praticamente um ano abria-te a porta do meu quarto de hotel perdido no meio do frio da Primavera e a do meu coração, nos seus 40 graus de verão abrasador. Quis o destino que entrasses em mim de uma forma assombrosa e avassaladora. Levaste-me o medo, a tristeza e a prisão de uma terra de ninguém onde apenas as vozes ao telemóvel me lembravam que estava tão longe de casa. Quis dizer-te que era tua, desde que desci as escadas do hotel e enfiei as mãos nas luvas de lã para te abraçar. Que cantarolei as músicas que são dos dois durante todo o caminho, para afastar o frio e as expectativas que me consumiam a cabeça e não me deixavam dar um passo de cada vez. Praticamente corri ao teu encontro, naquele passo saltitante de criança que agora me conheces tão bem. As expectativas, essas, ficaram mais uma vez guardadas dentro do roupeiro enquanto nos escondíamos desta Europa sem sentido debaixo do edredão. Conseguiste superá-las. Não na minha pele, mas no meu coração. Que hoje fala com o teu sem parar, numa língua só nossa, num mundo que é interdito a toda a gente, excepto a nós os dois.

All the things I want to do

Olho para o sofá e percebo pela primeira vez que não te mereço. A sala está às escura, estas paredes despidas de fotografias, cor e livros fazem-me sentir demasiado pequena ao lado do que sentes por mim. Tenho a régua na mão mas não preciso dela, só de olhar para ti sinto-me minúscula. E o sofá não está bem aqui percebes? Este não é o lugar dele. Tento abstrair-me dele, mas ele não pára de me fixar. Se pelo menos as minhas mãos conseguissem dizer-te o que me vai no coração. Porque eu não consigo. Deixei de conseguir falar com o coração. E a primeira vez que mudar este sofá de sítio nunca mais vou parar. Ele nunca vai ficar perfeito, nem no sítio certo. Nunca mais vou conseguir descansar. E agora odeio-me. Porque já pensei em mudá-lo. Porque para ti já não sou perfeita. Porque esta merda de vida não tem um botão de replay e sou permanentemente insatisfeita. Afinal o sofá está perfeitamente bem ali. Para todas as pessoas. Excepto para mim. Espera. Assim que saíste senti o coração apertado. Espera. Quando te viraste para te despedires de mim vi a desilusão estampada nos teus olhos. Baixaste a cabeça, encolheste os ombros e seguiste o teu caminho. E eu vou voltar para casa, encarar as paredes nuas e evitar o sofá. E o aperto no coração veio para ficar. Vou deixá-lo entrar, em bicos de pés e chorar baixinho até que ele encontre outra casa para morar.

Almas velhas

É chato constatar que o ponto alto dos meus dias tem sido chegar à cama e enroscar-me em ti.

Obrigada T.





A Teclas que conheci há tanto tempo quanto o tempo que não a vejo (temos de resolver isto teclas...) num dos meus lugares preferidos da terra, ofereceu-me este pequeno selo. E eu sou toda sorrisos! :) Não fosse ela a minha stylist de unhas preferida e dona de uma blog simples, cheio de cor, emoções e coisas boas da vida!






E aqui ficam as regras:



1. Colocar o link de quem o ofereceu;
2. Colocar o selo no blog;
3. Escolher 5 blogs com menos de 200 seguidores para oferecer o selo;
4. Deixar um comentário a avisar que estão a oferecer o selo.

E o selo vai paraaaaaaaaa...

Eterna viagem
(A)parências
I wish that we were magic
Somewhere over the rainbow
1632 horas

Deliciem-se :)

Até onde o meu amor por ti chegar

O amor não chega. E não é uma coisa de agora. É de sempre. Dói-me mais não chegar a ti do que ter-te longe. Dói-me mais amar-te tanto. E olhar para ti e ver toda a minha vida a passar-me à frente dos olhos dói. Porque o problema és tu. Se não me tivesse sentado naquela secretária já ocupada ao teu lado nunca teria tido a vontade alucinante de viver tudo. Agora. Num futuro próximo. Já me disseram que quando se encontra a pessoa certa tem-se vontade. De dar a volta ao mundo. De não sair debaixo dos lençóis. De comer panquecas com cogumelos. De ver chover dentro de água. De parar de respirar para confirmar se respiras por mim. E quando olho para ti vejo tantas coisas que acabas por ficar desfocado. Porque quero ter-te lá. Para sempre. Até onde o meu amor por ti chegar.

Vale a pena esperar

Hoje...


Daqui a quinze dias...

















A quantos quilómetros achas que o nosso resiste?



(roubado indecentemente à I.)

Cães vadios

A solidão é uma coisa estranha sabes. Quando estás sentado ao meu lado e a minha cabeça viaja sinto-me tão longe de ti como se estivesses a milhas de distância. Hoje não é o caso. Tenho a cabeça bem aqui, em cima dos ombros, colada ao pescoço. Abro o roupeiro só para ser invadida pelo teu cheiro. Durmo colada à tua almofada. Uso as tuas expressões. E embora saiba que vai ser por pouco tempo, parece que tenho uma eternidade à nossa espera. Mas o que me deixa mais triste é saber que não vou conseguir transmitir-te isto quando voltares para mim. Vou abraçar-te, sentir o teu calor de sempre, mas será tudo o que te vou dar de mim. Chama-me fria, chama-me bruta, chama-me a tua menina. Não sei se o sou. Mas quero. Queria saber dar-te mais de mim como no passado. Queria não ter medo de saíres porta fora e ficares a ganhar. Sou, no fundo, um cão rafeiro. Daqueles que são abandonados pelos donos, habituam-se ao frio do alcatrão à noite, a desconfiar de quem lhes dá de comer e fogem sempre que se aproximam. Não foste tu que me abandonaste. Não foste tu que me atiraste do carro em adamento para o meio da estrada. Mas és tu que lidas com as consequências disso. Lembra-te só que a minha reacção não se deve a gostar menos de ti do que tu de mim, os cães vadios atacam quando têm medo. E eu sou uma rafeira vadia que prefere morder-te a deixar-te abandonar-me.

Acerca de mim

A minha foto
O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.