You will leave a mark



A vida é mesmo assim. E não somo nós que passamos por ela. É ela que passa por nós à velocidade da luz. E hoje apetecia-me dançar até ficar com os pés numa bolha, fixar-te o olhar do outro lado da pista, com a certeza que segues todos os meus movimentos. Ver-te tomar a minha direcção, sentir o teu hálito quente no meu pescoço e sugar-te a alma pela boca. Tornar-te meu. Hoje apetecia-me ter a certeza que se me deixasse cair, estavas lá para me agarrar. Ter confiança total em ti. Saber que não te vais embora mais uma vez. Ouvir-te chamar pelo meu nome, baixinho, com doçura. Sorrires quando te pergunto se hoje ficas comigo para sempre. Mas está descansado. Não te vou desejar para 2011. Deixei de pedir o que quero. Peço só para não me perder mais uma vez. Para ter sempre um plano B. Para ter forças e conseguir sorrir de todas as vezes que me apetece chorar. A mudança não vai acontecer. Não vou acordar no dia 1 de Janeiro e sentir-me diferente. Mas, e aí peço com todas as forças, espero finalmente já não te sentir em mim.

Desculpem lá mas tem de ser

Adoro quando as pessoas no meio de uma conversa dizem "Desculpa lá mas...isto ou aquilo" é que seja o que for que a pessoa vá dizer a seguir a única certeza é que ela não está a pedir desculpa, de todo. Normalmente este desculpa lá vem acompanhado de uma péssima companhia, daquelas coisas que se dizem de rajada, ou estão há demasiado tempo presas na garganta. Como o desculpa lá que acabei de dizer.

E não, não estou em negação há 10 meses.

I'm original, cannot be replaced

Devia estar uma fotografia minha na lista do FBI com o título Dangerous. A facilidade que tenho em apaixonar-me é tanta, mas tanta que chega a dar-me náuseas. Exactamente como subir ao cume da montanha-russa e olhar cá para baixo, mesmo antes de começar a descida. Sobe-nos o estômago à boca e a cabeça anda à roda. É o cruzar de olhares, e se ele sorri, está feito ao bife. Mas calma, é momentâneo. Naqueles breves segundos de interacção (muita vezes acidental, porque o que ele queria mesmo era conversa fiada com a miúda que está ao meu lado com as mamas no pescoço, o vestido em que não se pode baixar, e a maquilhagem de bairro de lata) imagino os passeios à beira-mar, os cães que escolhemos, os ramos de flores que vou ter à minha espera quando chego a casa, os beijos apaixonados, ect. E, de repente, PUFF! A minha mente é invadida pelas discussões, pelas mensagens sem sabor, pela monotonia dos fins-de-semana sem nada para fazer, no cão que ladra, ladra, mas ninguém o quer ir passear, nos dias de aniversário esquecidos, no sexo mecânico e repetitivo, nos olhares lançados a terceiros em que se finge não reparar. E volto ao meu mundo. Onde percebo que não vale a pena o esforço para irmos parar ao mesmo. Sempre ao mesmo.
Ou então podiam aproveitar esta minha capacidade de começar e terminar namoros em menos de 1 minuto. Quem sabe poupava algum sofrimento a muito boa gente.

And you give yourself away

Andava ele a passear-se no shopping. Não estava sozinho. Diz ela que quando a viu só lhe faltou enfiar-se no primeiro buraco que lhe aparecesse. Continuou as suas compras de Natal, meio comprometido, com a companhia feminina que escolheu para o devido efeito. Mas, quando a noite cai e não há pessoas, lugares e barulho, pergunta-me se se pode enfiar na minha cama. Assim, sem tirar nem pôr. Se tenho pena? Tenho. De quem anda com ele durante o dia, como se ele fosse um cão-guia, de tal forma é a cegueira. Se me dói? Dói. E muito. Dói-me o tanto que sei e o tão pouco que percebo. Dói-me ver ao ponto a que as coisas chegam. Não por mim. Mas por quem assiste de mão dada ao concerto e finge não ver a sequência de mensagens. Por quem provavelmente acabou de abrir as pernas, e quando se volta para o outro lado ignora a mensagem que eu recebo no telemóvel. As palavras, explícitas, letra por letra. Escritas com os dedos que nem há 10 minutos percorreram outro corpo. Viver na ignorância é viver feliz. E nos últimos meses espetaram-me a enciclopédia à frente dos olhos e obrigaram-me a ler. Do princípio ao fim. E, à medida que ia lendo, percebi que além de cegos, surdos e mudos, gostamos mesmo de o ser.
[Photo: Gisele Bundchen by Carter Smith]

With or without you. Get it?

PPDA, e não, não repeti o P e também nada tem a ver com Passagem

Lá está a pergunta do costume, associada à cara de enfado "Em casa??" Meu Deus, como eu detesto a noite de passagem de ano. Destesto, detesto, detesto. Haverá coisa mais irritante do que uma noite em que somos obrigados a divertirmo-nos? Não gosto de fazer planos, saem sempre todos furados, sim, sim, é sempre tudo muito giro, lista de pessoal, comida, bebidas, playlist e quando chega a hora H corta-se tudo e vai um para cada lado. Sobram três gatos pingados, que à última hora recorrem ao sítio que nunca os deixará ficar mal. Casa. às vezes Casa+Família. Para os que têm sorte. Para mim não passa de uma saída à noite com uma contagem decrescente. E se há coisa que aprendi com o tempo, é que as saídas à pressão, sem qualquer tipo de combinação são sempre as melhores. Portanto a PDA tem sempre tudo para correr mal. Sem contar com o frio, a chuva, ainda que muitos insistam em vestimentas de gala e com o arrastar da noite a coisa não se aguenta. Não querendo gabar-me tive vários convites, do norte ao sul do País, e o mais certo é ficar em casa com as duas pessoas que mais amo neste mundo. Porque elas não fazem planos, não se cortam em cima da hora e recebem-me sempre de braços abertos. Mas há sempre quem comente "mas não pode ser assim, tens de largar os teus pais, és mesmo menina da mamã, isso não tem jeito nenhum...bla, bla, bla" Pois eu digo-vos, até hoje todas as PDA me correram mal (as que não passei em casa), nunca foi nada como idealizei, quem acabou por levar com tudo em cima fui eu e sinceramente, este ano, dou-me por muito contente por conseguir passá-la acordada sem enfiar dois comprimidos para dormir pela goela abaixo.

Vou entrar em modo automático. A letra explica porquê.

Christmas sucks

Gostava muito de dizer que adorei este Natal. Que foi tudo sorrisos e felicidade. Mas não. Sou uma grande adepta do Natal, quem me conhece sabe como os meus olhos brilham quando se fala nele, como adoro os preparativos, receber as pessoas cá em casa, escolher os presentes. Mas não. Este ano o Natal desiludiu-me. Desejei estar sozinha a maior parte do tempo. Sem pessoas, sem barulho, sem perguntas , sem conversas da treta em que tive de fingir que sim, está tudo muito bem e, sim, estou muito feliz. O que me apetecia sinceramente era mandar tudo à merda e chorar baba e ranho. Porquê? Também não sei. Dizem que nesta época do ano a taxa de suícidio aumenta consideravelmente.
É que o Natal bate forte. E eu levei com ele a sério.

O que o Natal faz às pessoas


Na loucura comprei uma lingerie vermelha. E o pior é que me fica bem.

All I want for Christmas...

Talvez por nunca ter acreditado no Pai Natal, para mim abrir os presentes na manhã de dia 25 de Dezembro não faz muito sentido. Isto porque para mim o Natal é a noite de 24. É quando está a familia toda junta, quando se come o bacalhau e as couves, os doces típicos e o jantar prolonga-se até nos sentarmos todos ao calor da lareira a beber um belo chá ou mesmo um licor. Quando chega a meia-noite trocam-se os presentes. São papéis por todo o lado, fitas, lacinhos, caixinhas, saquinhos, e quando acaba a euforia de voltar a ser criança é hora de ir dormir. É tradição, lá em casa, todos estrearmos os pijamas que recebemos nessa noite. Adormeço com o coração aconchegado e com um pijama novo. Agora, imaginem este cenário dia 25 de manhã...eu com o meu mau humor matinal de sempre, sem vontade nenhuma de me levantar da cama, e depois o que fazia com o pijama senhores??hum? uso-o durante o dia, é isso? Para mim o Natal é a noite de dia 24. O frio, as luzes que brilham na noite, o chá e a lareira. Ou estão a ver-me acender a lareira dia 25 de manhã, a comer o bacalhau com couves ao pequeno-almoço e a vestir o pijama novo para receber pessoas em casa. Esqueçam lá isso. Afinal, o Natal é para fazermos o que nos faz felizes, não me tentem convencer do contrário.
By the way, Merry Christmas! (:

Vem mexer com os sentimentos

Vem dançar sobre os meus desejos, afinal sabes os passos de cor.

Do facebook

- Tu que és homem, explica-me.
- Lembraste do princípio da playlist?

- Sim.
- Então, basicamente é dar bateria ao iPOD.

We can dance until we die




Hoje sinto-me assim.

The finish line is a good place to start

Vi o P.S.- I love you. Hoje. Passados meses. Confesso que às vezes tenho saudades de me lembrar de ti.

I can't give it up to someone else's touch

Atirem-me um bocado de carne que eu vou atrás. A sério. Experimentem. Hoje vasculhei caixotes do lixo à procura de alguma alegria que me pudesse saciar a fome que tenho. Mas continuo com o estômago colado às costas. Vagueio, à chuva, completamente encharcada. E nem assim consigo sentir o que quer que seja. Todas as caras que passam por mim lançam-me um olhar piedoso. Uns têm pena e queriam levar-me para casa, mas outros pensam que a morte seria o meu alívio. Alguns, os que sentem o coração no sítio certo, ainda me dão alguma coisa para enganar a fome. Mas não é suficiente. Nunca é. Não podias antes levar-me para casa? Aposto que tens uma lareira quentinha, um coração cheio de amor para dar e desejas alguém que te seja fiel. Prometo que não dou cabo dos sapatos nem faço xixi no chão. A sério. Já vadiei o suficiente, já me satisfiz com o que encontrei em ruas duvidosas, já passei frio, já senti a chuva na cara e no corpo, já me senti livre para aceitar festas na cabeça de quem passava por mim, já dormi sozinha em becos escuros, já tive medo e tive de fugir, já me deram guarida por algumas noites e já me enxotaram. Mas já chega. Não quero mais. Tenho fome. E não é de comida. E juro que hoje me sinto como um cão abandonado.




(se não vos toquei no coração, pelo menos pensem neles (os animais abandonados) por ser Natal, vá)

If I am going to hell then I just don't care

A vida é um ciclo vicioso. Voltamos sempre à estaca zero, ao fundo do poço, ao cume da montanha-russa, ao momento da decisão fatal. Cabe a cada um de nós perceber, a cada volta, se quer ser melhor ou pior. Os erros podem ser os mesmos, podem não ser ou podem ser mais. A verdadeira questão é o objectivo deste carrossel. Será para atingirmos a perfeição? Para fazer uma pessoa mais feliz? Para termos um bilhete para o Céu em 1ª classe? Enquanto não souber a resposta, vou andar neste carrossel as vezes que forem precisas. E sabem a melhor? Hoje voltei à estaca zero. E desta vez vou fazer só o que me apetece. Implique isso mais ou menos erros, simplesmente não quero saber.

Vou dizer-te que gosto de ti só mais uma vez.


Páginas amarelas Parte V

Sempre disse que neste blog só escrevo sobre pessoas que amei e amo. Tu foste a grande excepção. Nunca te amei e nunca o vou conseguir. Também não era esse o objectivo. Escrevi, aqui, para ti porque apesar de não seres o amor da minha vida, a minha alma gémea ou a minha outra metade, foste a pessoa mais importante desta minha fase. Foste tu que me transplantaste o coração novo que tenho agora. Abriste-me o peito, muitas vezes a sangue frio e tiraste o velho, triste e despedaçado coração que não me deixava dormir, sorrir e viver. Suturaste a ferida com toda a precisão e estiveste sempre ao meu lado durante a minha convalescença. Agora, que tenho um coração vermelho-vivo, que bombeia o sangue eficientemente e me permite ser feliz, deste-me alta. Sem recomendações. Do género, levaste de mim tudo a que tinhas direito, agora pira-te. E eu aceito obedientemente. Porque a mais não és obrigado. Vou pirar-me. Com a certeza que de uma forma ou de outra és a pessoa que melhor me ensinou a gostar de mim mesma. E és a pessoa que me lança cheia de vida nesta selva de gente, onde, mais cedo ou mais tarde, alguém me vai levar de volta à lista dos transplantes.

Petty Party

Há muito tempo que não adormecia a chorar. Vou só ali tomar um daqueles comprimidos que não me permite sentir nem pensar. É que hoje, dói a sério.

But you know,

the thing about romance is... people only get together right at the very end.

Sam in Love Actually

Little things

Sou péssima a Geografia, sempre fui e por mais que tente acho que nunca vai mudar, não bebo leite de manhã, aliás, não bebo leite, ponto. Não suporto pessoas que andam na rua e olham para todo o lado menos em frente, são os meus pés que sofrem com isso. Não gosto de arroz doce nem de mel. Não dou a minima atenção a quem me faz sinais de luz na auto-estrada, que eu saiba ainda não há faixas exclusivas. Detesto quando vou a uma caixa prioritária no supermercado e as pessoas me olham de lado, reparem "prioritário" é diferente de "exclusivo". Sou um zero à esquerda a cozinhar. Prefiro o silêncio ao barulho. Não posso com pessoas que me estão sempre a perguntar o que vai acontecer a seguir no filme. Detesto chapéus de chuva e recuso-me a usá-los. Não me sinto bem de saia. Quando não uso nada nos pulsos, sinto-me nua. E por favor, não me perguntem "Vais chorar?"
Mesmo assim podes juntar-me à tua lista de Natal? Please? Prometo que me porto bem.

Ainda pensam que nos conseguem perceber...


Das coisas que me irritam

Quando vamos ao supermercado e não sabemos se a pessoa da caixa vai arrumar as compras no saco. Algumas vezes arrumam, outras não. Irrita-me. Não sabem ser coerentes?

While you were sleeping

Passado muito tempo, debaixo de uma chuva torrencial, no meio do trânsito da 2ª circular e uma trovoada no horizonte, acidentalmente carreguei no modo CD. E eles voltaram a cantar para mim. Mas desta vez não tinha acabado de sair da tua cama, onde continuaste a dormir, pé ante pé, sem fazer barulho, a tentar encontrar o comando do portão às apalpadelas na escuridão. Fechava a porta com cuidado, sempre com cuidado para não te acordar, e enfrentava as ruas frias e escuras. Entrava no carro, acendia um cigarro e eles cantavam para mim no lugar do pendura. Fazia sempre o caminho mais longo de volta a casa e imaginava o interrogatório que me farias, como sempre, no dia a seguir. Porque não ficaste? Simples. Porque eram estes minutos da madrugada que me devolviam a sanidade mental que perdia quando estava contigo. Nunca te contei que um dia o carro me levou até à praia, era ainda de noite. Estava vento. As ondas revolviam algures debaixo da rocha onde me sentei. Aconcheguei o casaco de meia-estação ao corpo e assisti ao amanhecer ainda com o teu cheiro nas minhas mãos e os teus beijos colados à minha pele. E os Kings of Leon continuavam a cantar para mim enquanto dormias.

Sim, de ti

A vida é demasiado curta para os nós na garganta. Para as coisas não serem ditas. Hoje medimos as palavras e amanhã espetamos o carro na A2, num dia sem nuvens e clima ameno, enquanto mudamos a faixa do mp3. É assim que as coisas funcionam. Tens esta oportunidade. Mais nenhuma. Não existem erros, existe o fazer e o não fazer. Não deviamos ser obrigados a condicionar o quanto gostamos de alguém, a medir as acções e zipar as saudades em caixas pequenas para não ocuparem demasiado espaço em casa. É por isso que hoje te digo que gosto de ti. Estás a ouvir? Gosto de ti.
Se amanhã bater os pés para a cova, não te restam mais dúvidas. Não me digas que não percebeste. Eu volto a dizer, queres que grite?
GOSTO DE TI.
Pronto, aí tens a tua batata quente. O que vais fazer com ela?

Com direitos de autor II

"A solidão observa e suspira, depois deita-se na minha cama e tapa-se com os cobertores, totalmente vestida, de sapatos e tudo. Já sei que vou ter de dormir com ela outra vez esta noite."
Elizabeth Gilbert in Comer, Orar, Amar

Heart skipped a beat,

And when I caught it you were out of reach. But I'm sure you've heard if before.

The moment of truth in your lies

Existe um alarido enorme à volta do primeiro beijo. Não o primeiro beijo de sempre. Mas o primeiro com outra pessoa. É uma nervoseira e excitação simultâneas. É não saber para que lado a outra pessoa vai inclinar a cabeça e o que se deve fazer com as mãos. É o olhar nos olhos, passar aos sinais corporais, olhar os lábios de soslaio, apenas o suficiente para a outra pessoa perceber. E o ritual de aproximação. Quem dá o primeiro passo. E agora que o dei, espero ou dou o segundo também? Um passo à frente, dois atrás, passo à frente, dois atrás, é a dança do amor, a ligação invísivel feita com cordas de aço, que puxa, puxa mas que inclui momentos de fricção. E como diz a Concha o primeiro beijo dá-se com os olhos. É o deixar a outra pessoa entrar na nossa alma, abrir-lhe o caminho para o nosso inconsciente. Acredito que o beijo leve duas pessoas ao mesmo ponto. Ao mesmo caminho. Mesmo passados muitos anos, poderemos sempre dizer I've been there, os dois. Naquele momento só nosso. Em que se suga e transmite alegria, desejo, sonhos que duram horas. É a fraqueza do corpo. A boca abre a porta ao coração e este deixa-se invadir. Mas aqueles segundos, mesmo antes de sentir os outros lábios contra os nossos, aqueles segundos em que apenas alguns milimetros nos separam, em que se cheira o coração da outra pessoa, significam a nossa derrota. Somos acorrentados. Para o melhor e para o pior.

Páginas amarelas Parte IV

Por outro lado, chamarem-me miga é meio caminho andado para imaginar um machado a decepar a cabeça da pessoa em questão.

I would never let myself forget

Um dia disseram-me que eu podia ser quem eu quisesse. E eu aceitei o desafio, armada em esperta. E realmente fui. Fui uma pessoa completamente diferente durante alguns meses. E gostei. Muito. Sentia-me mais leve, principalmente. Sair da minha pele foi como nascer outra vez. Mas com a diferença de saber tudo e ter consciência de tudo o que já vivi. E não pensei. Um dos meus grandes defeitos é pensar demais, overthinking, como agora é chique dizer. Por isso, resolvi por de lado os miolos e agir com o resto. Lançar-me fora da minha zona de conforto e aproveitar todas as oportunidades que me deram.
Agora, que o meu papel chegou ao fim e não há mais páginas no guião sinto-me meio perdida. E dou por mim a questionar-me sobre o que fiz e o que podia não ter feito. E tirei a minha grande conclusão. Não consigo dissociar-me. Não consigo ser outra pessoa a 100%. E, se o consegui, agora sofro por isso. Porque tudo o que não pensei na altura, cai agora aos trambolhões. Como se o mundo fosse acabar já amanhã e tivesse de acontecer tudo de uma vez. Adiar o meu overthinking foi um erro. Há-que pagar por ele.

Páginas amarelas Parte III

Gosto de ouvir chamar pelo meu nome. Sem alcunhas, sem fofinha, querida, princesa, diminutivos, amorzinho, miúda. Gosto que me chamem pelo meu nome. Daquela maneira. Soa como se fosse só meu.

I want so much to open your eyes 'cause I need you to look into mine

Não. Não sou nenhuma santa. Deito-me muitas vezes a pensar nas diferentes coisas que podia fazer para magoar outras pessoas. Principalmente as que me magoaram. Mas ontem não. Ontem adormeci a pensar no que te podia fazer de mal para perceberes que me deixaste para trás. Imaginei serras eléctricas, cativeiros, agulhas, caves isoladas, correntes, facas de mato, etc. Nenhuma me pareceu minimamentre viável. Pronto, podias simplesmente ir a passear na tua terra e desencadear uma avalanche, entretanto eu pertencia às equipas de busca e resgatava-te com vida, o que te abriria os olhos para o facto de realmente eu ser a tua casa. Mas depois penso que não. Que estou bem assim. Que os sacrificios que teria de fazer para pertencer à tua vida são muitos e agora não me apetece. Mas apetecia-me ter-te aqui sabes. Durante umas horas. Depois podias seguir com a tua vida outra vez. Porque não sou uma pessoa inesquecível, não me recomendo, não sou uma mulher de sonhos. Sou mais uma que te passou pela vida e que vai fazer parte das estatísticas, sejam elas boas ou más. Mas sou egoísta. E gosto. Isto de gostar mais de mim e menos dos outros tem que se lhe diga.
Só gosto de ti um bocadinho. E com o tempo vai desaparecer. Tu sabes isso e eu também. Não te queres apressar?

Be happy for this moment. This moment is your life.

Get a dog!

Todas as mulheres querem mudar os homens. É um facto. É inerente à condição feminina. Queremos um diamante em bruto (se bem que de diamante pouco têm) para moldar à nossa maneira. É vê-las conquistar um macho mauzão e começar com a conversa "podíamos assistir a uma opera/comedia romântica/ peça de teatro/ ballet... " Porquê? "Oh, porque assim ficavas a conhecer-me melhor...os meus gostos...bla, bla, bla" E pronto, lá lhes conseguimos dar a volta. Porque, verdade seja dita, a persuasão é uma das nossas caracteríticas. Mas não se iludam. De certa forma estamos a treiná-los. E todo o treino requer uma recompensa certo? Pelo menos segundo o querido Pavlov. Portanto, sim, eles até vão acompanhar-nos a um show de striptease masculino, se for preciso. Desde que depois tenham uma boa dose de sexo. Pois. É que eles, minhas queridas, pelo menos 98% vá, pensam em três coisas: Sexo, futebol e FIFA/PES. Nós? Fazemos parte do sexo, está claro! O quê? Queriam um lugar especial? Ah, ah, ah. Esqueçam. Seja lá qual for a razão que nos leva a querer mudá-los, fazê-los crescer, alargar-lhes os horizontes, não sei se valerá a pena. E a desculpa de tentar potenciar o que eles são...hum...o esforço não será melhor aplicado num cão? Pensem bem, à parte o facto de um homem não roer os pés da mesa, um cão é mais fiel, podemos ralhar com ele que ele volta e melhor, podemos levá-lo a passear que no final ele não vos vai pedir nada em troca.

Can you keep a secret?

Gisele Bundchen by Patrik Demarchelier



Hoje, no metro, não consegui esconder o sorriso. Sorri para ti a viagem inteira. Enquanto relembrei cada segundo que te dediquei.

The S word

Tenho coisas a mais na cabeça. Não consigo seguir uma única linha de pensamento. Estou incapaz de articular seja o que for. Preciso de sexo. Pronto, deve ser isso. Oh, não...ela disse mesmo isto? Epa disse e volto a dizer. Preciso de sexo. SEXO. S-E-X-O. Não é do que andamos todos à procura? Sinceramente. Não queremos que alguém olhe para nós através da nossa roupa? Que sinta a nossa energia tendenciosa quando passa perto de nós? Não sejamos púdicos ao ponto de mentir a nós próprios. E não precisamos apenas de sexo. Precisamos igualmente de planos B. Aqueles que quase ninguém usa mas que dão sempre jeito ter. Como os chapéus de chuva que andam na mala do carro, estão a ver? Ultimamente são os planos B que têm ajudado a manter a minha sanidade mental. Apesar de nunca gostar muito de recorrer a eles, uma vez por outra lá tem de ser. Apetecia-me agora um. Mas estou demasiado cansada para levantar o rabo do sofá e pegar no telemóvel que está a 5 metros de mim. Temos pena.

What are you waiting for?

Custava-te muito bateres à minha porta e dizeres que me amas?


Não, pois não?

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Acerca de mim

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.