The moment of truth in your lies

Existe um alarido enorme à volta do primeiro beijo. Não o primeiro beijo de sempre. Mas o primeiro com outra pessoa. É uma nervoseira e excitação simultâneas. É não saber para que lado a outra pessoa vai inclinar a cabeça e o que se deve fazer com as mãos. É o olhar nos olhos, passar aos sinais corporais, olhar os lábios de soslaio, apenas o suficiente para a outra pessoa perceber. E o ritual de aproximação. Quem dá o primeiro passo. E agora que o dei, espero ou dou o segundo também? Um passo à frente, dois atrás, passo à frente, dois atrás, é a dança do amor, a ligação invísivel feita com cordas de aço, que puxa, puxa mas que inclui momentos de fricção. E como diz a Concha o primeiro beijo dá-se com os olhos. É o deixar a outra pessoa entrar na nossa alma, abrir-lhe o caminho para o nosso inconsciente. Acredito que o beijo leve duas pessoas ao mesmo ponto. Ao mesmo caminho. Mesmo passados muitos anos, poderemos sempre dizer I've been there, os dois. Naquele momento só nosso. Em que se suga e transmite alegria, desejo, sonhos que duram horas. É a fraqueza do corpo. A boca abre a porta ao coração e este deixa-se invadir. Mas aqueles segundos, mesmo antes de sentir os outros lábios contra os nossos, aqueles segundos em que apenas alguns milimetros nos separam, em que se cheira o coração da outra pessoa, significam a nossa derrota. Somos acorrentados. Para o melhor e para o pior.

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.