Com direitos de autor

"- Enquanto permanecesse ao lado dele, achava que tudo correria bem - prosseguiu. - Enquanto permanecesse ao lado dele, os meus problemas manter-se-iam longe. Isso é a coisa mais importante quando se tem uma doença como a minha: a sensação de confiança. Se me entregar às mãos desta pessoa, estarei bem. Se o meu estado começar a piorar, por pouco que seja, ou se algum parafuso se soltar, ele aperceber-se-á de imediato e,com um tremendo cuidado e paciência, conseguirá endireitar as coisas, conseguirá apertar de novo o parafuso e colocar todas as pontas emaranhadas no seu devido lugar. Quando possuímos essa sensação de confiança, a doença mantém-se ao longe. Acabam-se os zás!"


Haruki Murakami, Norwegian Wood

Teorias...

Existe uma teoria sobre o amor que defende que quanto pior se trata a pessoa que se ama, mais se recebe em troca. Numa tentativa de restabelecer o equilibrio e compensar a falta que há de um dos lados. Do género quanto mais me bates, mais eu gosto de ti. E funciona em tudo. Entre filhos e pais, marido e mulher, amigos e amigos, namorado e namorada, até com o chefe.

E o mais engraçado é que é triste, mas é verdade.

Sem título

Chego à conclusão que preciso de bater com os cornos na parede para ter vontade de escrever.

Do Mundo Hipotético dos Ses

"Mataste-me a boca 190 milissegundos após o instante em que te vi. Os meus olhos, cúmplices do violento homicídio, arrancaram em pétalas as poucas palavras que tinha guardadas para a eventualidade da sua morte. Despiste-me a boca e violaste-ma antes se quer de nascer no novo mundo trazido da tua existência. O meu destino já estava findado antes de o saber, assim que entraste pela porta. A minha boca está morta. Não me resta se não enterrá-la em ti. "


do T.

Para mim basta

Quando sabemos que já temos o suficiente? Como percebemos o limite do que nos faz feliz? Está entre o segundo e a sobremesa ou depois de dar a primeira passa num cigarro? Para a mulher que está sentada à minha frente, com os olhos embaciados e a tez pálida, as poucas roupas no corpo a tentar resguardar ao máximo o filho pequeno, faltam-lhe algumas gramas de droga para ser suficientemente feliz. Ou também não será suficiente para ela? A minha felicidade não é com certeza a dela. Mas devia ser suficiente para ambas. E se o suficiente não chega? E, se chegados a esse ponto, afinal queremos mais ainda? Mais um palco para subir, mais dinheiro para gastar, mais um cigarro no maço que acabou agora mesmo. O que me faria feliz neste momento? Uns ténis quentinhos que tenho os pés gelados e ter a manhã livre para dormir. E não será a felicidade antecipada melhor que a vivida? Não seremos nós mais felizes ao fazer planos do que a vivê-los? Por isso mesmo nos ensinam desde pequenos a não parar de sonhar. Porque os sonhos são feitos de felicidade, sumo de laranja natural acabadinho de fazer, água salgada na pele no final de um dia de praia, as primeiras páginas de um livro novo. E a felicidade? É feita de quê? De suficientes ou de bons+?

A gerência agradece

A pessoa responsável por este blog vai livrar-se dos condicionalismos que por aqui se vivem, porque isto merece muito mais que apenas amor, e vai escrever tudo o que lhe vem à cabeça, e quando diz tudo, diz mesmo tudo, sem filtros, nem nada, num outro blog, os interessados em continuar a perder tempo com o meu alter ego defeituoso terão oportunidade de ler estes devaneios e mais alguns ao deixarem o vosso email nos comentários deste post ou enviarem para o naodemoranada@gmail.com, que será prontamente retribuído com o novo endereço do blog.

Guess what...

Deixei de escrever, ouvir música, ler, tirar fotografias.
Gostava de saber se ganhei em estabilidade emocional ou perdi em expressão dramática.

Páginas Amarelas Parte XIV

Este blog voltou a falar de amor.

You've got secret

A perfeição pode levar ao desastre. O silêncio pode levar ao tormento. O desejo pode levar à destruição. O amor, esse, pode levar ao ódio.

Queres mesmo saber?

"A história do principezinho é somente uma história, as histórias de amor para sempre duram mais coisa menos coisas noventa minutos se não contarmos com os intervalos. a dor, essa, vem em turnos com a felicidade sem dares por uma mas a sentires-te morrer com a outra. Queres saber? há dois tipos de despedidas, um em que te despedes da pessoa que não podes ter, não te quer ter, não pode ser e a outra em que te despedes, docemente, do sentimento que ainda te ligava a ela. A primeira faz-te perder quilos de peso, a outra peso na alma. Queres saber? há um dia em que voltas a sentir o teu corpo e despertas a pele com o sol, o vento, a janela aberta do carro enquanto ouves músicas foleiras ou com o toque de quem te gosta e te faz desejar mais. Há um dia, há sempre um dia em que voltas a ter os pés na terra ou voltas à tona depois do sufoco do afogamento em mágoa. Há sempre um dia, se queres saber, sempre um dia em que te olhas no espelho e te reconheces, te aceitas e, foda-se, estás tão gira.

E se queres saber, enquanto choras e ris, enquanto morres mil vezes e renasces duas mil, a vida continua mesmo quando parece estagnar. Aproveita, um dia ela acaba mesmo. Sabes? tudo acaba bem e quando não acaba? é porque não acabou. "




Falaste-me um bocadinho de amor

Tu: Distrais-me a conduzir quando estás ao meu lado...
Eu: Porquê?
Tu: Porque só me dá vontade de olhar para ti.

Prometeste que um dia,



Com direitos de autor III

"É preciso ter caos e frenesi dentro de si para dar à luz uma estrela dançante."


Nietzsche

I'm playing with a fireball

Armei-me em mulher crescidinha que sou e engoli o orgulho todo ontem. Durante uma hora e meia castiguei-me. Castiguei-me por te ter tentado magoar com tudo o que tinha à mão. Quando me apercebi da desilusão nas tuas palavras tentei esconder a merda que fiz com areia. Não resulta. Porque continua lá e a cheirar mal. Por isso sustive a respiração e peguei nela com as minhas próprias mãos. Depois de ter prometido a mim mesma que não o voltava a fazer. Mas fiz. Por ti, por mim, por nós, pelo que temos para viver. Fui fiel ao que sentia por ti e ao que sentes por mim. Mas terei sido fiel a mim mesma?

Welcome to this place I'll show you everything

É impressionante como certas músicas nos fazem viajar no tempo. Tinha acabado de passar a portagem e fui obrigada a aumentar o volume para o máximo. Há mais de 5 anos que não a ouvia. E de repente estava sentada no muro do liceu, com as minhas doc martens, calças da resina, verniz preto e cabelo vermelho, a faltar à aula de filosofia para fumar cigarros uns atrás dos outros. Com os phones nos ouvidos, olhar ameaçador, sou muita má, muita rebelde, a maior do meu bairro. Depois passavam a ganza, num ritual adolescente e lá ia eu para a aula de matemática exercitar o mau génio nas fracções e raízes quadradas. O que ninguém sabe é que chegava a casa, despia a personagem, abria um dos muitos cadernos A5 de capa preta e escrevia durante horas, sentada no chão, encostada à parede chorava pelo amor não correspondido, por ele ter passado por mim e nem sequer ter olhado, enchia páginas e páginas com o nome dele, com o nosso, com aquelas pirosices de miúda. E ele nunca olhou para mim. E nunca soube que fiquei com um calo no dedo de tanto escrever para ele.

Acerca de mim

A minha foto
O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.