Para mim basta

Quando sabemos que já temos o suficiente? Como percebemos o limite do que nos faz feliz? Está entre o segundo e a sobremesa ou depois de dar a primeira passa num cigarro? Para a mulher que está sentada à minha frente, com os olhos embaciados e a tez pálida, as poucas roupas no corpo a tentar resguardar ao máximo o filho pequeno, faltam-lhe algumas gramas de droga para ser suficientemente feliz. Ou também não será suficiente para ela? A minha felicidade não é com certeza a dela. Mas devia ser suficiente para ambas. E se o suficiente não chega? E, se chegados a esse ponto, afinal queremos mais ainda? Mais um palco para subir, mais dinheiro para gastar, mais um cigarro no maço que acabou agora mesmo. O que me faria feliz neste momento? Uns ténis quentinhos que tenho os pés gelados e ter a manhã livre para dormir. E não será a felicidade antecipada melhor que a vivida? Não seremos nós mais felizes ao fazer planos do que a vivê-los? Por isso mesmo nos ensinam desde pequenos a não parar de sonhar. Porque os sonhos são feitos de felicidade, sumo de laranja natural acabadinho de fazer, água salgada na pele no final de um dia de praia, as primeiras páginas de um livro novo. E a felicidade? É feita de quê? De suficientes ou de bons+?

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.