É impressionante como certas músicas nos fazem viajar no tempo. Tinha acabado de passar a portagem e fui obrigada a aumentar o volume para o máximo. Há mais de 5 anos que não a ouvia. E de repente estava sentada no muro do liceu, com as minhas doc martens, calças da resina, verniz preto e cabelo vermelho, a faltar à aula de filosofia para fumar cigarros uns atrás dos outros. Com os phones nos ouvidos, olhar ameaçador, sou muita má, muita rebelde, a maior do meu bairro. Depois passavam a ganza, num ritual adolescente e lá ia eu para a aula de matemática exercitar o mau génio nas fracções e raízes quadradas. O que ninguém sabe é que chegava a casa, despia a personagem, abria um dos muitos cadernos A5 de capa preta e escrevia durante horas, sentada no chão, encostada à parede chorava pelo amor não correspondido, por ele ter passado por mim e nem sequer ter olhado, enchia páginas e páginas com o nome dele, com o nosso, com aquelas pirosices de miúda. E ele nunca olhou para mim. E nunca soube que fiquei com um calo no dedo de tanto escrever para ele.
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Acerca de mim

- Joana
- O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.
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