Let it burn

Temos todo o direito de estar na merda. De parar, ver o mundo que conhecíamos desmoronar à nossa volta e deitarmo-nos no chão frio. Temos o direito de dar murros na parede e sentir que existe alguma coisa que dói mais que o que temos cá dentro. Depois de lutar, de chegar alto, de dar o nosso melhor, depois de engolir sapos do tamanho de dinossauros e de sermos as pessoas fortes que esperam de nós, temos o direito de gritar a plenos pulmões que não merecemos. Que a vida não pode ser só isto. Temos e devemos tapar a cabeça debaixo dos cobertores, chorar como bébes acabados de nascer e não fazer nada para nos sentirmos melhor. Mesmo quando toda a gente diz para reagir, para abrir os olhos e a janela a um novo dia, devemos abraçar a noite, esconder o sorriso e dar as boas vindas à desilusão. Existe um tempo para tudo. O tempo da desilusão, do desespero, do luto também tem de fazer parte dos nossos dias. E hoje, olhar para dois amigos que tanto me fizeram rir e agora só têm vontade de chorar, não vou dizer-lhes que vai ficar tudo bem, que há coisas muito boas à espera deles. Vou sentir o mesmo que eles, fechar os cortinados, adormecer e repetir para mim mesma as vezes que forem precisas que a vida é uma merda, a vida é uma merda, a vida é uma merda, a vida é uma merda,a vida é uma merda.

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.