Atendi o telefone e era a dúvida do outro lado da linha

Irrito-me sozinha. Mais que o necessário. Como agora. Devia estar a adormecer mas esta filha da puta não se cala aos meus ouvidos. Tentei atirá-la para fora da cama, já lhe expliquei que vai correr tudo bem, como se faz aos miúdos, mas nada. É como falar com a parede. E cada vez que atendo o telefonelá está ela, a interceptar as linhas de chamada. Custa-me, mais que tudo, aceitar as coisas como elas são. Pior, só aceitar que elas mudem. Quando nos habituamos a certas coisas e já as temos como certas, sentimos que nos tiram o tapete quando menos se espera.
E, hoje, o chão está demasiado frio.

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O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.