A mil
Tenho saudades de ter quem puxe por mim. De ouvir do outro lado do telefone se não vens, não falo mais contigo. De ser convidada para 10 jantares de Natal e inventar desculpas para não ir a metade. De adormecer stressada a pensar que amanhã tem tudo para correr mal. De sonhar com carros novos que não são meus. De acreditar que faço alguém feliz por percorrer 160 km numa noite para cantar os parabéns. Mais que tudo tenho saudades de ser reconhecida pelos que gosto. De ser aquela que chega às duas da manhã e está a bocejar no meio da pista de dança enquanto me olham com cara de se vais embora agora, levas um tiro. Reconheço-me desde sempre como uma alma velha, mas não uma que se deixa levar pelos dias e pelas horas mortas, sem fazer nada em contrário. Neste momento, sinto-me prisioneira de mim mesma. Como se fosse inevitável, como se pedir mais fosse egoísta e infantil. Sim, tenho quase idade para ser mãe, já tenho emprego, já tenho casa, já tenho namorado, já tenho um ordenado certo ao final do mês. Mas também tenho muita vontade de continuar a fazer disparates, de perder a cabeça, de andar a mil. Tenho vontade de ser eu, só mais uma vez.
Love in a box
Gosto de ti agora. Não daqui a cinco minutos, uma hora ou um mês. É agora e é aqui. O meu coração grita por ti agora. Ao ver a primeira fotografia que te tirei. Como se tivesse sido noutra vida. Mas desejo-te agora. Como cada vez que acordo antes de ti e o mundo me cai em cima do peito com força só de te ter ao meu lado. É um estado de graça sem precedentes, sem demoras, sem pressas, sem horas. É o estar aqui e gostar de ti. Tão natural como se falasse em respirar. Tão acesso, tão presente, tão meu. E apesar de gostar de ti neste minuto que ainda não passou, tenho medo de não te ter no que está para vir. Posso ficar sem ti agora. Posso nunca ter-te tido. Posso já não te ter mais. Mas este amor que me enche o corpo ocupa demasiado espaço para ser guardado onde quer que seja. Por isso diz-me, se já não fores meu no próximo minuto, o que faço ao meu amor por ti?
We will survive
"Adapt or die." As many times as we've heard it, the lesson doesn't get easier. Problem is, we're human. We want more than just to survive. We want love. We want success. So we fight like hell to get those things. Anything else feels like death.
Grey's Anatomy
You, my paradise
O ano de 2011 foi de longe o melhor ano da minha vida. De tudo o que já vivi, valeu a pena sofrer, arrastar-me, lamber as feridas e experimentar 2011. Foi, sem sombra de dúvida, o mais exigente, responsável e feliz de sempre. Não me arrependo de nada que fiz para trás, foram todas as decisões e atitudes que tomei que me trouxeram aqui. A 2011. Ao príncipio da minha vida. Não gosto de falar de barriga cheia, até porque ainda não acabou, nem de me gabar. Mas orgulho-me de vos poder dizer, pela primeira vez, para acreditar. Por favor, acreditem. Batam com força no chão, nas paredes, rastejem na merda, levantem-se com a ajuda dos amigos e à custa de muitas noites mal dormidas, lambam as feridas com o vício que estiver mais à mão, mas acreditem sempre. Vai estar tudo guardado para vocês. E tudo se paga e se deve enquanto aqui estamos. Este foi o meu ano. O meu prémio. A minha recompensa. Tudo a que tive direito. Não sei como vai ser 2012. Mas não tenho medo. Enquanto puder olhar para ti todas as manhãs, sei que vou ultrapassar tudo com uma perna às costas e o coração cheio de gomas e confetis a bater, quente, feliz e protegido dentro do meu peito. Que é onde ele deve estar.
Sobre sexo
Não gosto de começar. Gosto de ser pressionada. Não gosto que seja sujo. Gosto do meio. Não gosto do ritual do início, tem de ser tudo bem feito, equilibrado, nem mais nem menos, como uma coreografia perfeita. E eu que não gosto de coreografias. Gostava que fosse como nos filmes, com banda sonora, tudo slow motion, tudo clean, tudo maravilhoso, tudo cheio de amor. Gosto mais de falar sobre ele do que fazê-lo. Gosto de levar as coisas na boa, de me rir a meio, de ser espontânea. Gosto de lingerie que não se despe.Não gosto da pressão que existe em fazê-lo. Gosto do fim. Especialmente, quando significa outro início.
Não foi de todo contagiante...
Vi o contágio. Pois. E esta é a primeira vez que vou criticar negativamente um filme. Ora devido a uma imunidade de uma certa pessoa que não é minimamente explorada nem compreensível, ora porque a determinado momento a trama adquire um novo contexto quando existe o potencial de ser uma arma biológica feita em Hong Kong, ora a previsibilidade da entrega de um placebo (outra coisa não se estaria à espera), ora pelo meio existir uma história de um jornalista mentiroso à espera de não sei o quê, ora porque o pânico da pandemia se resume a três roubos, um supermercado meio vazio e o lixo por recolher nas ruas. Não há drama, não há angústia, não há reacção da parte do público. Estamos constantemente à espera de alguma coisa que.... não vem. E para terminar em grande, a origem do vírus é ridiculamente estúpida. Entretanto li umas críticas positivas, pela suposta realidade do filme. Pois muito bem, não sei quanto a vocês, mas a realidade em que estamos é tão má que quando penso entrar numa sala de cinema espero experimentar um mundo completamente diferente. O que não aconteceu, de todo.
Let it burn
Temos todo o direito de estar na merda. De parar, ver o mundo que conhecíamos desmoronar à nossa volta e deitarmo-nos no chão frio. Temos o direito de dar murros na parede e sentir que existe alguma coisa que dói mais que o que temos cá dentro. Depois de lutar, de chegar alto, de dar o nosso melhor, depois de engolir sapos do tamanho de dinossauros e de sermos as pessoas fortes que esperam de nós, temos o direito de gritar a plenos pulmões que não merecemos. Que a vida não pode ser só isto. Temos e devemos tapar a cabeça debaixo dos cobertores, chorar como bébes acabados de nascer e não fazer nada para nos sentirmos melhor. Mesmo quando toda a gente diz para reagir, para abrir os olhos e a janela a um novo dia, devemos abraçar a noite, esconder o sorriso e dar as boas vindas à desilusão. Existe um tempo para tudo. O tempo da desilusão, do desespero, do luto também tem de fazer parte dos nossos dias. E hoje, olhar para dois amigos que tanto me fizeram rir e agora só têm vontade de chorar, não vou dizer-lhes que vai ficar tudo bem, que há coisas muito boas à espera deles. Vou sentir o mesmo que eles, fechar os cortinados, adormecer e repetir para mim mesma as vezes que forem precisas que a vida é uma merda, a vida é uma merda, a vida é uma merda, a vida é uma merda,a vida é uma merda.
Golden Hour
"How much can you actually accomplish in an hour? Run an errand maybe, sit in traffic, get an oil change. When you think about it an hour isn't very long. Sixty minutes. Thirty-six hundred seconds. That's it. In medicine, though, an hour is often everything. We call it the golden hour. That magical window of time that can determine whether a patient lives or dies. An hour, one hour, can change everything forever. An hour can change your life. Sometimes an hour is a gift we give ourselves. For some, an hour can mean almost nothing. For others, an hour makes all the difference in the world. But in the end, it's still just an hour. One of many. Many more to come. Sixty minutes. Thirty-six hundred seconds. That's it. Then it starts all over again. And who knows what the next hour might hold."
Grey's Anatomy
Apetece-me cuspir-te na cara e dizer que te amo
Quer acreditem, quer não, o amor atrapalha. Queremos ser racionais, deitar para fora aquelas coisas que nos consomem a alma e crescem debaixo da língua. Mas o amor atravessa-se no caminho e temos de empurar aquilo tudo pela garganta abaixo e deixar andar. Mas depois acontece como com os comprimidos. E por mais água que se beba, fica tudo colado a meio do caminho. Resta-nos duas opções. Esperar que desça ou cuspir tudo da boca para fora.
Com direitos de autor
"Todas as noites me acaricio com os teus dedos, fecho os olhos e sugo os teus dedos sob o contorno dos meus e conduzo-te pelo meu corpo como tu me conduzias. Todas as noites rebolamos da cama para o chão e do chão para cima da cómoda do teu quarto e para a mesa da sala e para as lajes frias da cozinha, todas as noites percorremos abraçados a casa velha onde já não moras, a casa velha que se calhar já se desmoronou sem a nossa ajuda. todas as noites tu entras em mim por todas as portas, a tua língua silenciosa desperta vertigens desconhecidas nas partes secretas das minhas orelhas e das minhas pernas e dos meus pés. Todas as noites sinto o castanho dos teus olhos grandes dissolvendo-se nos meus com uma felicidade quente,imensa, vejo os teus quadris estreitos de rapaz dançando sobre o redondo do meu ventre, das minhas nádegas, todas as noites os teus dentes mordem o meu pescoço no sítio exacto em que o meu corpo guardava a última fechadura, todas as noites volto a subir a esse monte dos vendavais só nosso."
Inês Pedrosa, Fica Comigo Esta Noite
Can I confess these things to you?
Conheciamo-nos há duas semanas. Estava meio adormecida no banco de trás. E tu ao meu lado. Lembro-me de estender a mão ao meu lado e desejar que a tua me tocasse. Olhei-te de soslaio e admiti para mim mesma que se o fizesses ficaria contigo para sempre. Senti-te mais perto que nunca. Tinha cinco anos outra vez e eras o meu conto de fadas. Foi nessa noite de chuva que me aconchegaste o coração pela primeira vez, mesmo sem saberes.
Nunca gostei de puzzles
Um dia gostava que me conseguisses perceber. Que passo horas a olhar para o telemóvel à espera de ver o teu nome nele. E, quando finalmente aparece, fico sem voz. O meu coração ocupa-me a boca inteira de tanto querer sair para ir ter contigo. Sou obrigada a mordê-lo com força para não sair e acabo por magoá-lo. Ele recua, amuado e ferido e esconde-se de mim. Depois desligas e passo horas à procura dele, debaixo da cama, atrás dos cortinados, dentro do armário. Enquanto não preencho o vazio que ele me traz sinto-me a pessoa mais frágil do mundo inteiro. A minha carapaça é tão fina que basta surgir uma lágrima para me desfazer aos bocados. Acabo por conseguir juntar tudo o melhor que consigo. Mas nunca fui boa em puzzles e quando respiro mais fundo vejo os defeitos. Ou sinto. É por isso que me dói o corpo todo.
My fake plastic love
A distância do presente ao futuro é grande. Nem se consegue medir. O mesmo não acontece com o passado. Dizes Já foi, e já foi mesmo. Não são segundos nem minutos, é uma fracção de tempo perdida no meio. Mas o futuro está lá longe, para lá do horizonte, não se vislumbra nem se mede, muito menos se adivinha. Mas sonha-se. E o meu maior defeito é sonhar acordada. Não tenho medo de o fazer, faz parte de mim, criar as espectativas, prever os actos, acrescentar cenas. Sou uma realizadora a tempo inteiro. E porque será isto um defeito? Simples. Convenço-me de que tudo vai acontecer daquela maneira, a minha. Ponho o meu coração todo de fora e todo dentro desse futuro que nem consigo tocar. Depois deixo-me de molho à espera que aconteça. O grande problema é que enquanto sonho acordada não vejo o que se passa à minha volta. Não percebo os pequenos pormenores e a subtileza das coisas. Não ajo. Não vivo. E, na maior parte das vezes, quando volto a abrir os olhos já é tarde demais.
E depois dá nisto
É dificil perceber o quanto precisamos de alguém. Se a dependência é positiva ou se nos mascara os dias mais cinzentos. É adormecer com a cama cheia, comer sorrisos e rezar para não dependermos de nós próprios mais uma vez. É quando estamos longe desse calor que nos apercebemos do frio que faz cá fora ou o quanto já nos deixámos queimar. Saí com o coração a arder e agora tento mantê-lo quente o melhor que posso. Mas será essa a verdadeira razão? Não será mais fácil evitá-lo? O corpo pede e a cabeça recusa. Gostava de acreditar que me fazes bem. Que quando acordo em dias de chuva posso virar-me para o outro lado e voltar a adormecer. Que me fazes bem ao corpo e à alma. E conseguir levantar-me sozinha? Terei de voltar a enfrentar isso? Sentir o chão gelado debaixo dos pés? Teria sido melhor nunca experimentar-te?
I mean...right now!
Deixei de te sentir. Exactamente como uma grávida deixa de sentir o seu bebé. Espero sinceramente que te decidas depressa a dar um pontapé com força.
Atendi o telefone e era a dúvida do outro lado da linha
Irrito-me sozinha. Mais que o necessário. Como agora. Devia estar a adormecer mas esta filha da puta não se cala aos meus ouvidos. Tentei atirá-la para fora da cama, já lhe expliquei que vai correr tudo bem, como se faz aos miúdos, mas nada. É como falar com a parede. E cada vez que atendo o telefonelá está ela, a interceptar as linhas de chamada. Custa-me, mais que tudo, aceitar as coisas como elas são. Pior, só aceitar que elas mudem. Quando nos habituamos a certas coisas e já as temos como certas, sentimos que nos tiram o tapete quando menos se espera.
E, hoje, o chão está demasiado frio.
E, hoje, o chão está demasiado frio.
To the end of the world
Queria ter um super poder. Uma coisa simples. Nada elaborado. Simplesmente tocar em alguém e conseguir que essa pessoa sentisse exactamente o que sinto nesse momento. Fácil. Eficaz. Sem ilusões. Ou desculpas. Acredito que sou especial. Frágil e especial. Ou talvez seja a pessoa mais forte do mundo inteiro. Nada me quebra. Ou quebrou. Até agora. Desde há uns tempos que percebo o que é ter o corpo demasiado cansado e ferido para me permitir adormecer. Gostava que parasse. Que me deixasse descansar. Gostava de estar "sempre bem" como as tuas antigas namoradas. De me enfiar contigo num comboio e ir até ao fim do mundo se fosse preciso. E sabes que o quero fazer. Mas não sem o meu kit de urgência. Não sem o pensamento preso e revoltado por pensar coisas e medos que não deve. Não sem parar a olhar para ti e deixar de te ouvir. É nesses momentos que dói, sabes. São esses momentos que me levam para outro sítio. Aquele onde há sempre uma droga que não me deixa sentir mais nada a não ser o amor que sinto por ti.
Mas agora só ao ouvido...
As palavras? Essas perderam-se pelo caminho. Talvez um dias as encontre debaixo de uma pedra aninhadas na desilusão.
Com direitos de autor
"- Enquanto permanecesse ao lado dele, achava que tudo correria bem - prosseguiu. - Enquanto permanecesse ao lado dele, os meus problemas manter-se-iam longe. Isso é a coisa mais importante quando se tem uma doença como a minha: a sensação de confiança. Se me entregar às mãos desta pessoa, estarei bem. Se o meu estado começar a piorar, por pouco que seja, ou se algum parafuso se soltar, ele aperceber-se-á de imediato e,com um tremendo cuidado e paciência, conseguirá endireitar as coisas, conseguirá apertar de novo o parafuso e colocar todas as pontas emaranhadas no seu devido lugar. Quando possuímos essa sensação de confiança, a doença mantém-se ao longe. Acabam-se os zás!"
Haruki Murakami, Norwegian Wood
Teorias...
Existe uma teoria sobre o amor que defende que quanto pior se trata a pessoa que se ama, mais se recebe em troca. Numa tentativa de restabelecer o equilibrio e compensar a falta que há de um dos lados. Do género quanto mais me bates, mais eu gosto de ti. E funciona em tudo. Entre filhos e pais, marido e mulher, amigos e amigos, namorado e namorada, até com o chefe.
E o mais engraçado é que é triste, mas é verdade.
Sem título
Chego à conclusão que preciso de bater com os cornos na parede para ter vontade de escrever.
Do Mundo Hipotético dos Ses
"Mataste-me a boca 190 milissegundos após o instante em que te vi. Os meus olhos, cúmplices do violento homicídio, arrancaram em pétalas as poucas palavras que tinha guardadas para a eventualidade da sua morte. Despiste-me a boca e violaste-ma antes se quer de nascer no novo mundo trazido da tua existência. O meu destino já estava findado antes de o saber, assim que entraste pela porta. A minha boca está morta. Não me resta se não enterrá-la em ti. "
do T.
do T.
Para mim basta
Quando sabemos que já temos o suficiente? Como percebemos o limite do que nos faz feliz? Está entre o segundo e a sobremesa ou depois de dar a primeira passa num cigarro? Para a mulher que está sentada à minha frente, com os olhos embaciados e a tez pálida, as poucas roupas no corpo a tentar resguardar ao máximo o filho pequeno, faltam-lhe algumas gramas de droga para ser suficientemente feliz. Ou também não será suficiente para ela? A minha felicidade não é com certeza a dela. Mas devia ser suficiente para ambas. E se o suficiente não chega? E, se chegados a esse ponto, afinal queremos mais ainda? Mais um palco para subir, mais dinheiro para gastar, mais um cigarro no maço que acabou agora mesmo. O que me faria feliz neste momento? Uns ténis quentinhos que tenho os pés gelados e ter a manhã livre para dormir. E não será a felicidade antecipada melhor que a vivida? Não seremos nós mais felizes ao fazer planos do que a vivê-los? Por isso mesmo nos ensinam desde pequenos a não parar de sonhar. Porque os sonhos são feitos de felicidade, sumo de laranja natural acabadinho de fazer, água salgada na pele no final de um dia de praia, as primeiras páginas de um livro novo. E a felicidade? É feita de quê? De suficientes ou de bons+?
A gerência agradece
A pessoa responsável por este blog vai livrar-se dos condicionalismos que por aqui se vivem, porque isto merece muito mais que apenas amor, e vai escrever tudo o que lhe vem à cabeça, e quando diz tudo, diz mesmo tudo, sem filtros, nem nada, num outro blog, os interessados em continuar a perder tempo com o meu alter ego defeituoso terão oportunidade de ler estes devaneios e mais alguns ao deixarem o vosso email nos comentários deste post ou enviarem para o naodemoranada@gmail.com, que será prontamente retribuído com o novo endereço do blog.
Guess what...
Deixei de escrever, ouvir música, ler, tirar fotografias.
Gostava de saber se ganhei em estabilidade emocional ou perdi em expressão dramática.
You've got secret
A perfeição pode levar ao desastre. O silêncio pode levar ao tormento. O desejo pode levar à destruição. O amor, esse, pode levar ao ódio.
Queres mesmo saber?
"A história do principezinho é somente uma história, as histórias de amor para sempre duram mais coisa menos coisas noventa minutos se não contarmos com os intervalos. a dor, essa, vem em turnos com a felicidade sem dares por uma mas a sentires-te morrer com a outra. Queres saber? há dois tipos de despedidas, um em que te despedes da pessoa que não podes ter, não te quer ter, não pode ser e a outra em que te despedes, docemente, do sentimento que ainda te ligava a ela. A primeira faz-te perder quilos de peso, a outra peso na alma. Queres saber? há um dia em que voltas a sentir o teu corpo e despertas a pele com o sol, o vento, a janela aberta do carro enquanto ouves músicas foleiras ou com o toque de quem te gosta e te faz desejar mais. Há um dia, há sempre um dia em que voltas a ter os pés na terra ou voltas à tona depois do sufoco do afogamento em mágoa. Há sempre um dia, se queres saber, sempre um dia em que te olhas no espelho e te reconheces, te aceitas e, foda-se, estás tão gira.
E se queres saber, enquanto choras e ris, enquanto morres mil vezes e renasces duas mil, a vida continua mesmo quando parece estagnar. Aproveita, um dia ela acaba mesmo. Sabes? tudo acaba bem e quando não acaba? é porque não acabou. "
E se queres saber, enquanto choras e ris, enquanto morres mil vezes e renasces duas mil, a vida continua mesmo quando parece estagnar. Aproveita, um dia ela acaba mesmo. Sabes? tudo acaba bem e quando não acaba? é porque não acabou. "
Falaste-me um bocadinho de amor
Tu: Distrais-me a conduzir quando estás ao meu lado...
Eu: Porquê?
Tu: Porque só me dá vontade de olhar para ti.
Eu: Porquê?
Tu: Porque só me dá vontade de olhar para ti.
Com direitos de autor III
"É preciso ter caos e frenesi dentro de si para dar à luz uma estrela dançante."
Nietzsche
I'm playing with a fireball
Armei-me em mulher crescidinha que sou e engoli o orgulho todo ontem. Durante uma hora e meia castiguei-me. Castiguei-me por te ter tentado magoar com tudo o que tinha à mão. Quando me apercebi da desilusão nas tuas palavras tentei esconder a merda que fiz com areia. Não resulta. Porque continua lá e a cheirar mal. Por isso sustive a respiração e peguei nela com as minhas próprias mãos. Depois de ter prometido a mim mesma que não o voltava a fazer. Mas fiz. Por ti, por mim, por nós, pelo que temos para viver. Fui fiel ao que sentia por ti e ao que sentes por mim. Mas terei sido fiel a mim mesma?
Welcome to this place I'll show you everything
É impressionante como certas músicas nos fazem viajar no tempo. Tinha acabado de passar a portagem e fui obrigada a aumentar o volume para o máximo. Há mais de 5 anos que não a ouvia. E de repente estava sentada no muro do liceu, com as minhas doc martens, calças da resina, verniz preto e cabelo vermelho, a faltar à aula de filosofia para fumar cigarros uns atrás dos outros. Com os phones nos ouvidos, olhar ameaçador, sou muita má, muita rebelde, a maior do meu bairro. Depois passavam a ganza, num ritual adolescente e lá ia eu para a aula de matemática exercitar o mau génio nas fracções e raízes quadradas. O que ninguém sabe é que chegava a casa, despia a personagem, abria um dos muitos cadernos A5 de capa preta e escrevia durante horas, sentada no chão, encostada à parede chorava pelo amor não correspondido, por ele ter passado por mim e nem sequer ter olhado, enchia páginas e páginas com o nome dele, com o nosso, com aquelas pirosices de miúda. E ele nunca olhou para mim. E nunca soube que fiquei com um calo no dedo de tanto escrever para ele.
You can run but you can´t hide
"After careful consideration and many sleepless nights, here’s what I've decided. There's no such thing as a grown-up. We move out, we move away from our families. But the basic insecurities, the fears and all the old wounds just grow up with us. Just when you think life has forced you to truly become an adult, your mother says something like that. We get bigger, taller, older. But, for the most part, we're still a bunch of kids, running around the playground, trying desperately to fit in."
Grey's Anatomy
Se há coisa que me traz paz de espírito
é saber que posso acabar com tudo de um momento para o outro.
Together we will live forever
Sempre tive o síndrome do tempo. Porque era nova demais. Porque estou a envelhecer depressa demais. Porque não consigo agarrar as coisas a tempo. Porque aquela oportunidade já lá vai e não volta. E não há outra igual. E não se gosta duas vezes. E há quem diga que só temos um amor na vida. Não é verdade. Se assim fosse o meu coração não saltava um batimento sempre que te vejo chegar. Sempre que atendo o telefone e sei que estás do outro lado da porta. E quando páro para pensar no que ainda me falta viver contigo, adormeço a agradecer ter-te encontrado. E se há alguma coisa que me permite sorrir nestes últimos tempos é olhar para ti e ver-me aí dentro.
Release me
Estou numa formação paga a peso de ouro. E ainda não ouvi uma palavra. Este senhor, que fala sem parar sobre coisas importantes, gráficos, valores de dose, algoritmos e software percebe mesmo disto. De vez em quando dirijo-lhe um sorriso, embora ele não precise de qualquer alento para continuar. Não sei do que ele está a falar. Nada disto me faz qualquer sentido. Estou a anos-luz de distância. Sonho com um mundo onde não tenho de fingir ser quem não sou. Faço filmes, com direito a protagonistas, vilões, duplos e finais felizes. Até têm direito a banda sonora. Os cenários vão mudando, as luzes, camâra, acção funcionam na perfeição. E eu continuo a sorrir para ele e ele para mim. Não me vou lembrar do som da sua voz assim que sair porta fora. Porque não chega até mim. Estou presa neste corpo, nesta sala, nesta personagem. Estou presa nas circunstâncias que me trouxeram até aqui. A janela, ao meu lado, deixa soprar o vento no meu cabelo e obriga-me a perceber, no meio de toda esta parafernália de tecnologia de ponta, que cometi o maior erro da minha vida. Não fui talhada para isto, não está na minha natureza pertencer a este mundo. Os números e gráficos não me deixam ser quem sou. O que estou aqui a fazer? Podia estar a inventar argumentos, a esfolar o corpo a dançar ou a decorar as minhas falas para a próxima cena. Devia sentir o que faço. Não tornar-me numa casca sem conteúdo. Ele sorri para mim, como se o estivesse a seguir atentamente e lembro-me que o objectivo de viver é tornarmo-nos melhores. E como conseguimos fazê-lo? Aprendemos com os nosso erros. Consigo admitir que errei. Redondamente. Agora vem a parte mais difícil. Terei coragem para corrigi-lo?
Se agora descobrisse que tenho um aneurisma,
sentia-me a pessoa mais feliz do mundo por finalmente poder fazer tudo o que sempre quis sem que ninguém me julgasse.
Queres que te fale de amor?
E dizem que a felicidade é isto mesmo. Sair do banho e ver-te em frente ao espelho a fazer o nó da gravata, adormecer com o teu sabor a invadir-me o corpo todo, olhar-te nos olhos e ver-me lá dentro, sermos apanhados de mãos dadas no meio da multidão, roubar-te beijos na copa e sair a discutir parametros físicos, tocar-te com o meu pé descalço por baixo da mesa de almoço sem ninguém ver, sorrir-te com o corpo inteiro, passar por ti e sentir que me desejas de alto a baixo, e ouvir-te chamar-me amor logo pela manhã.
Collecting your jar of hearts
Tenho alguma dificuldade em assumir que a culpa é minha. Tento sempre dar a volta à situação. O papel de vítima cai-me muito melhor. É simples, fácil de decorar, com poucas alterações de cena. O que me torna na grande má da fita. Porque além de fazer merda ainda ponho a culpa nos outros. Não há pior vilã. A grande diferença é que desta vez,mesmo que não tivesse assumido, quem perdia era eu. E perdi. Agora é fechar os olhos, imaginar que tenho os pés na relva e seguir em frente. O passado está lá atrás. E como me disseram aqui há tempos, tenho de parar de olhar para o futuro de costas.
E depois pecebo que,
perdi anos da minha vida. Que era o teu mostruário. O teu par-do-parecer-bem. Levavas-me à rua como se levam os animais de estimação. Mostravas-me aos teus amigos, aos teus colegas de trabalho, olha que gira que ela é, e fala e tudo, e se disseres uma piada até percebe e sorri, olha que sorte a minha. Mas o que me irrita mais é não perceber se estou mais chateada contigo ou comigo. Olha, com a vodka e o tabaco é que não estou, por isso vou ali fazer amor com eles.
Would you kill to prove you're right?
Vou contar-te uma história. Destesto homens, iguais a ti, que partem do pressuposto que as mulheres funcionam da mesma forma. Porque vocês sim, são todos feitos da mesma massa. Largam a caixa de Pandora nas nossas mãos, ligam a camera, luzes, acção e agora vamos lá testar as ratinhas no laboratório. Achas mesmo que me podes testar? Achas mesmo que tudo o que está cá dentro é assim tão linear? Que vou chorar porque viveste? Que te ligaria se não soubesse já do que estavas à espera? Tenho uma noticia para ti, foste apanhado na tua própria ratoeira. Não jogues comigo. Já me deitei com o meu inimigo, lembraste? Se não os consegues vencer junta-te a eles. Nunca jogues quando tens alguma coisa a perder. E nunca, nunca me tomes por garantida. Quero lá saber da primeira, da segunda, das que foram e tiveram de ser. Pelos vistos foram todas iguais ao litro. Eu, eu sou a pior adversária que podes ter. É que se for preciso perco, só para saber que te deixei ganhar.
Control yourself
Já me senti um bicho selvagem. Tudo o que tinha não me chegava, andava sempre à procura de mais. Nada me satisfazia, nada me matava a sede de ter mais e mais. Corria atrás do que queria, mantinha situações paralelas e passados minutos fartava-me. Escondia-me de todos, tinha uma vida parela da qual ninguém descofiava. Mas voltava sempre a ti. Era capaz de fazer as maiores atrocidades, levantava-me a meio da noite para voltar para casa, sentava-me no chão, encostada à porta de entrada e apertava-me com força. Para descer à realidade. Para me sentir menos vazia e mais cheia de ti. Sempre lutei contra o poço sem fundo que tenho cá dentro. Agora, melhor que nunca, sei contorná-lo e onde por os pés para não cair. Às vezes espreito lá para dentro e tenho uma certa vontade de me atirar de cabeça. Mas depois lembro-me do que aconteceu connosco e fujo dele a sete pés. É que o problema dos poços sem fundo é não se ver a luz lá em cima e quando te levei comigo fiz por perder-te no meio da escuridão.
Do you ever feel like a plastic bag drifting throught the wind wanting to start again?
E largar tudo, meter a roupa essencial dentro de uma mala de viagem, o dinheiro que tenho dentro do bolso das calças, apanhar um avião com destino às Maldivas, oferecer-me como recepcionista num hotel e ficar por lá? Levantar-me todos os dias num postal que enviamos a fazer inveja aos amigos, não pegar no carro para enfrentar o trânsito da segunda circular, não ter de andar com dois telemóveis e um computador atrás, não usar saltos altos, e por aí fora.
Acham que era de valor?
Last night
Senti-o atrás de mim ainda antes de me virar. Petrifiquei. A batalha interior não me permitia mexer um milímetro. Perguntei-me se tinha a certeza do que estava prestes a fazer. Não obtive resposta. Virou-me e olhou-me nos olhos. Lembro-me de pensar se conseguiria olhar nos teus no dia seguinte. Encostou o corpo dele ao meu e senti o pulsar do meu coração. Como um animal assustado. Depois tive a certeza. Todas as mentiras, desilusões, traições,que fui descobrindo ao longo do tempo gritavam-me aos ouvidos. Afastei-o de mim e disse-lhe para não se mexer. Se ia trair-te, queria ser eu a controlar cada gesto.
Páginas Amarelas Parte IX
E as estatísticas passaram para metade. Já não era sem tempo. Agora metam o nariz nas biomédicas e afins se faz favor que aqui não se aprende nada.
sim, quando estou com mau humor digo tudo o que me vem à cabeça.
I can't stay on the ground
Exigimos sempre demais uns dos outros. Criamos mundos e fundos na nossa cabeça e depois é vê-los desabar como peças de legos uns atrás dos outros. É por isso que nada é perfeito. Ninguém é perfeito. Nada corre como imaginamos. As exigências só servem para nos desiludir e pedir aos outros o que eles não podem / querem dar. Mas a confiança. Essa é uma questão completamente diferente. Apresentarem-nos um muro de três metros e dizerem-nos que somos capazes de saltar parece uma loucura. Negamos, damos voltas e voltas, olhamos de soslaio para o muro para que nos pareça mais pequeno, mas nunca de frente. Se nos dão a oportunidade de o contornar nem olhamos para trás. Mas, e quando confiam em nós mais do que nós próprios? Quando nos olham nos olhos como fazem com os super heróis, do género, estás à espera de quê para saltar? Somos capazes de dizer que não? Inventamos desculpas a contar com o fracasso? Ou fechamos os olhos com força e acreditamos que realmente é possivel voar? O muro está mesmo aqui. À espera que salte. Atrás tenho uma multidão a assistir. E eu ainda estou à espera que me cresçam as asas.
Vou falar-te de amor pela primeira vez
E depois olho para trás e vejo que valeu a pena toda a merda pela qual passei, se o resultado foi encontrar-te.
Show must go on
Não há nada pior do que assistir a lutas interiores. Não. Afinal há. Pior só mesmo assistir a lutas interiores de pessoas de quem gostamos e não podermos fazer nada. É como fazer zapping, ter o azar de passar num canal em que passam documentários de crianças a morrer à fome e o comando ficar sem pilhas. Somos obrigados a ficar sentados, em frente ao ecran gigante, as imagens entram-nos pelos olhos dentro e temos de permanecer naquela posição até ao fim. Podemos fazer claque, bater palmas, dar apoio moral, mas é impossível intervir. São as batalhas próprias, os testes individuais, a maneira de cada um crescer. E dói. E dói tanto de sentir como de ver. Ter a imparcialidade de ver o caminho errado que estão a escolher sem qualquer tipo de influência é de fazer gelar os ossos.
Sinto-me um cubo de gelo.
God ! (3)
- Pareces-me com má cara...
- Querida isso é porque agora és comprometida.
- O que tem isso a ver?
- É que quando eras solteira e desesperada parecia-te um donuts!
- Querida isso é porque agora és comprometida.
- O que tem isso a ver?
- É que quando eras solteira e desesperada parecia-te um donuts!
Páginas Amarelas Parte VIII
É fantástico perceber que as pessoas me julgam pelo que escrevo neste blog. Ai que ela é uma coitadinha, ai que ela está caidinha por ele, bla bla bla, pardais ao ninho e por aí fora. E agora está triste e agora está contente e agora é uma porca. Hey, gente. Wake up. Isto só se resume a um diálogo que tive aqui há tempos:
- O que fazes?
- Canto.
- O quê?
- Músicas... E tu o que fazes?
- Escrevo.
- O quê?
- Palavras.
- O que fazes?
- Canto.
- O quê?
- Músicas... E tu o que fazes?
- Escrevo.
- O quê?
- Palavras.
Ok?
I have no story to be told
O amor faz-nos mal. Come-nos a carne e rói os ossos. Deixa-nos suspensos, numa corda bamba, e obriga-nos a tomar decisões à pressão. Mata e mói. Tudo ao mesmo tempo. Dá com uma mão e tira com a outra. E talvez seja mesmo verdade o que dizem. Talvez esteja mesmo caidinha por ti. E não seria tudo tão mau se não carregasse já uma mochila de uma tonelada às costas. É que assim que me sinto abandonada a minha cabeça viaja. Para uma realidade lá atrás. Em que ele me rejeitava dia sim, dia não. Obrigava-me a correr atrás e quando me apanhava lembrava-me que nunca corria o suficiente para estar ao lado dele. Quando ele passou a meta e se esqueceu de mim pelo caminho, jurei a mim mesma nunca mais participar em maratonas. Deixei secar as bolhas e relaxei os músculos e jurei a mim mesma que alguém devia correr atrás de mim, e cheguei mesmo a desejar ter a força para deixar alguém para trás. Mas não sou capaz. Tenho um coração demasiado pequeno para ti e grande demais para seres o único lá dentro. Estamos só na fase do aquecimento...não me obrigues a desistir agora. É que posso perfeitamente correr à tua frente.
Just to remind you
Às vezes tenho medo de mim. Ultimamente então tem sido demais. Ou as coincidências acontecem mesmo. É que acabei agora de ler um rascunho que te escrevi há cerca de quatro meses. E tudo, tudo o que te desejei naquelas poucas palavras já aconteceu. Não gostaste pois não?
Eu cá adorei.
E não é verdade?
"Ando para aqui desconfiado que isso de ser mulher não passa, no fundo, de se estar a vida inteira sem ter a certeza se alguém gosta mesmo de nós ou se só servimos para sexo."
pelo T no seu Mundo Hipotéticos dos Se's
Das fantasias
Fecho os olhos com força e tento desligar o cérebro do corpo. -Está quieta.
A tua mão aproxima-se e toca-me, envolvo-me nas tuas pernas, respiro mais depressa.
-Está quieta.
Despes-me devagar, demoradamente, metodicamente, encosto os meus lábios aos teus.
-Está quieta.
Agarras-me o cabelo e puxas-me a cabeça para trás, começo involuntariamente a mexer-me, a pedir-te mais.
-Se não estiveres quieta, vou parar.
Páro, obedientemente.
-Não tens vergonha de fazeres tudo o que te mando?
God ! (2)
Caí na realidade que namoro com um rapaz mais novo que eu. E não tenho 40 anos nem sou divorciada, ok?
Páginas Amarelas Parte VII
A pedido de muitas famílias agora é azul.
E porque já me estava a sentir enjoada.
Basta gostarmos mais de nós do que dos outros
Também já sofri por amor. Acredita que já. Já me deitei, sozinha na cama, olhei para o tecto e senti o quarto a andar à roda e as paredes a engolirem-me. Já meti os phones a tocar músicas que eram nossas e passei por todos os sitíos onde estivemos juntos. Já me sentei à porta de casa dele só para sentir que fazia parte de alguma coisa. Já carreguei no acelerador só para sentir que podia acabar tudo e tão rápido. Já deixei de comer. Já comi tudo o que me aparecia à frente. Já fiz telefonemas desesperados e acabei por me arrepender deles. Já fui para a cama com alguém que tinha acabado de conhecer para tirar o cheiro dele da minha pele. Já intoxiquei o fígado, o cérebro e os pulmões numa tentativa de retardar as sinapses que me obrigavam a recordar. Já o vi a sorrir com outra pessoa que não era eu e culpei-me, culpei-a, culpei-o por isso. Já me senti a desfazer. E já me reconstruí. Sozinha. É possível sabes?
Na ressurreição da carne
"E agora a vida era só a primeira tentativa e não havia problema. Eu e tu podíamos voltar atrás, nascíamos os dois outra vez e tudo ficava bem. Desta vez ia ser a sério e não tínhamos de rezar escondidos debaixo dos cobertores. Agora nascíamos outra vez e os teus... Nascíamos outra vez e desta vez toda a gente gostava de nós e éramos felizes. E então aí já não tinhas de morrer nunca mais e entravas de novo pela minha porta com um sorriso e eu nem me admirava. E víamos tudo um do outro, um no outro, e eu nunca mais perdia ninguém. E agora eu tinha razão e era tudo verdade e recomeçávamos já. E agora eu tinha razão e era tudo verdade e recomeçávamos já. E agora eu tinha razão e era tudo verdade e recomeçávamos já... "
Escrito pelo T no seu Mundo Hipotético dos Se's.
Hardcore
Deep down, everyone wants to believe they can be hardcore. But being hardcore isn’t just about being tough. It’s about acceptance. Sometimes you have to give yourself permission to not be hardcore for once. You don’t have to be tough every minute of every day. It’s okay to let down your guard. In fact there are moments when it’s the best thing you can possibly do… as long as you choose your moments wisely.
Grey's Anatomy
Faltam-me as palavras
Nada disto era suposto acontecer assim. Devia estar a dois milimetros de ti, não a dois mil quilómetros. Devia passar-te as mãos pelo cabelo sempre que o vento te despenteia. Dar-te um beijo antes de me agarrares com força, com medo que fuja durante a noite. Já não sei o que te dizer sobre a pressão dos poucos minutos que temos para falar ao final do dia. E hoje é o primeiro dia em que nenhum de nós consegue puxar pelo outro. Enquanto aquecias o coração ao sol, deixei o meu de molho numa das muitas poças de chuva na minha rua. Quero sentir que olhas para mim, que não consegues ver mais nada para além de mim. Quero relembrar os teus beijos e as tuas mãos. E quero as minhas palavras de volta. As que deixei contigo.
Páginas Amarelas Parte VI
Já passaram muitas pessoas pela minha vida. Umas melhores que outras. Como em tudo o resto. Atrevo-me a dizer que algumas que já não me pertencem eram as melhores. Não sou hipócrita ao ponto de dizer que sempre fui correcta, que fiz tudo certo e nunca magoei ninguém. Magoei pois. E com toda a força que tinha. Depois arrependi-me e voltei costas. O orgulho obrigou-me muitas vezes a não olhar para trás. Também não é agora que o vou fazer. Há um tempo e um espaço para tudo. E tinha de criar espaço para que outras conseguissem fazer parte da minha história. Depois há aquelas pessoas que me fizeram perder tempo. E por mais estranho que pareça (ou não) quanto mais elas fugiam mais eu corria atrás. O mais estúpido foi que deixei de as ter não porque me cansei de correr, mas porque elas me apanharam. Depois largaram-me por aí e continuei o meu caminho. Mas hoje estou especialmente irritada por ter atingido que, sem exagero, 50% das que se aproximaram de mim me queriam foder, algumas literalmente, outras não. E gastei tanta energia a tentar afastá-las que acabei por me foder a mim mesma, literalmente ou não, como quiserem interpretar.
Com direitos de autor III
" Os amigos servem para nos lembrarem daquilo que já sabemos. As mulheres servem para nos fazer esquecer tudo o que sabíamos. Está mais que provado. Os homens são todos iguais. Copiaram-se em conjunto. As mulheres são todas diferentes. Destacaram-se uma de cada vez."
Miguel Esteves Cardoso em O Amor é Fodido
Expecto Patronum
Estavas sentado na cama, de boxers, quando olhaste para mim como se me visses pela primeira vez e perguntaste " Queres ser a minha namorada?" Rebolei entre os lençóis, cheguei-me para ti e apenas com uma almofada entre nós sorri e respondi " Sim, quero". Depois ficamos assim, em silêncio, e o que não sabes é que naquele momento a única coisa que me ocorreu foi pensar na Sininho. Sim, essa mesma. A do Peter Pan. Se ela me lançasse o pozinho mágico para cima nem sequer teria de pensar em coisas felizes para fazer um lançamento directo para a lua. Isso ou invocar um Expecto Patronum para nos iluminar o resto da noite.
Vou falar-te de amor
Cheguei à conclusão que se passar todo o meu tempo livre a dormir, volto para ti mais depressa.
State of emergency
By Steven Meisel
Em Setembro do ano passado, na prisão de Paços de Ferreira, foi usada uma arma que dispara 500 volts, designada teaser, num recluso que se recusava a limpar a cela há seis semanas. A cela tinha comida, lixo, urina e fezes espalhados pelo chão e pelas paredes. Agora, os senhores guardas vão responder em tribunal perante uma acusação de violência. Bom. Parece-me muito bem. Afinal se aquele senhor está preso significa que sempre foi um cidadão exemplar, não roubou, matou ou violou crianças/avós/mães/etc. Se esse senhor sempre foi um exemplo para a sociedade porquê tamanha violência? Não concordo. Porque não sentá-lo num sofá confortável,a ver a Oprah ou a falar com um psicólogo, um cházinho de camomila à frente por causa dos nervos e umas festinhas no cabelo para ele se sentir menos excluído? Ou isso ou obrigá-lo a lamber as paredes. Se fosse eu ia pela última. Mas depois era julgada por atentado ao ser humano como cidadão exemplar. Sou mesmo desumana pá.
When the night falls in around me
Ainda não percebi se me fazes bem ou mal. Estou indecisa. Tanto me acordas para dizer que atravessaste metade da Europa para vir ter comigo, como para me dizer que isto não vai correr bem. Está a chover lá fora. Ñão tenho uma bola nem um quintal. Tenho três dias livres no próximo mês e a responsabilidade do mundo às minhas costas. Eu. Uma miúda que ainda não percebeu que cresceu. Bem vinda ao mundo dos adultos, faça favor de entrar. Mas não se paga? Paga pois, metade dos seus sonhos, liberdade e alegria. Oh, então não quero. Não quer, mas tem. Ponto. É assim que nos tornamos crescidos. Aprendemos a fazer coisas que não gostamos. E eu gosto de ti. E gosto tanto de saber isto como tu. E hoje passei o dia sozinha e amanhã, guess what? Estás a apanhar? Está a trovejar. E não tenho guarda-chuva nem casacos quentes. O meu estômago faz barulho e não tenho a sopa da minha mãe, fica tu com as três conchas. E dorme. Precisas de dormir. Eu? Preciso de ti e não te tenho. Não me acordes. Deixa-me sonhar que me bates à porta e trazes contigo a minha mala que anda perdida nos tapetes rolantes. Está escuro lá fora. Lá fora e em todo o lado.
(qualquer semelhança deste post com um ataque esquizofrénico está totalmente fora de questão, hum?)
Love me when I'm gone
So hold me when I'm here. Right me when I'm wrong. Hold me when I'm scared. And love me when I'm gone. Everything I am and everything in me wants to be the one you wanted me to be. I'll never let you down even if I could. I'd give up everything if only for your good. So hold me when I'm here. Right me when I'm wrong. You can hold me when I'm scared. You won't always be there. So love me when I'm gone.
The one I've been looking for
Dreaming of when the morning comes
Há uma semana que não vais dormir a casa, que me acordas a meio da noite para fazermos amor, que deixas a escova de dentes ao lado da minha, que pagas multas de estacionamento na minha rua, que me passas as mãos no cabelo até me sentires adormecer, que me vais buscar ao inglês, que te roubam baterias do carro às tantas da manhã, que não páras de me dizer que tenho o corpo mais perfeito que viste até hoje, que me prometes as Maldivas e a costa alentejana, que sorrimos um para o outro discretamente ao almoço, que assinas papéis para a vida, que não dormes mais de cinco horas diárias. Diz-me. O que vai ser de nós durante duas semanas?
God !
Às vezes olho para trás e percebo que ou estava com os copos ou prestes a ter um AVC hemorrágico.
I'm losing what I don't deserve
"Já não sei se tenho mesmo - e sempre tive - uma péssima memória, ou se sou eu que tenho a tendência para reprimir tudo o que não me agrada e por isso é que não me lembro de mais de metade da minha vida."
Cenoura, ovo ou café?
São as adversidades que nos mostram do que somos feitos. Como a história da água a ferver. Experimentem em casa. Três panelas de água a ferver. Na primeira uma cenoura, na segunda um ovo e na terceira grãos de café. A conclusão? Simples. A cenoura, com a mania que era dura e forte amolece face aos obstáculos. O ovo, frágil e desprotegido, torna-se mais forte e consistente. E o café? O café muda a água, torna-a saborosa. Tenho para mim que estas duas últimas semanas me transformaram num ovo cozido. Tenho orgulho nisso. Mas daqui para a frente não descanso enquanto não conseguir fazer café.
Serão o amor e o ódio assim tão diferentes?
É tão giro ter pessoas, que voltam de terras distantes, que nos foderam a vida, a cabeça, o nome, que se julgam tão superiores, e a primeira coisa que fazem é perguntarem a uma das nossas melhores amigas:
- Então, como é que ela está?
E eu divirto-me com isto. Juro.
Já te tinha dito?
Tira botas, calça botas, tira cinto, põe cinto, tira casaco, veste casaco, tira computador, arruma computador. Mas por mais incrível que pareça não te consegui tirar da cabeça.
I'm froze by desire
Gisele Bunchen
O amor está sempre depois do sexo. Todo o antes é duvidoso. Os suores e a respiração ofegante que antecipa o acto são por vezes confundidos com o acto de amar. É um "amo-te... mas quero-te nú", "amo-te... mas quero percorrer todo o teu corpo com as mãos". É um amo-te permissivo. Enquanto o pronunciamos é tesão o que saí pela boca, não amor. Os beijos deixam de ser carinhos e passam a ser desejos. E é-nos dada a possibilidade de possuir qualquer parte do corpo alheio com uma única palavra. É feito sexo com a desculpa do amor. No fim, depois dos corpos exaustos, se houver espaço para um último toque, para um último beijo, se houver vontade para um olhar é o amor a falar: "Amo-te.
You're gonna be the one who saves me
São 2000 km. Um carro. Dois aviões. Dois autocarros. Acordaste às quatro da manhã, aposto que estava um gelo lá fora e nenhum carro pisava a estrada. Chegaste ao aeroporto, esperaste uma hora e meia e enfiaste-te num banco pouco confortável para descolar. Enquanto fazias escala num país qualquer perdido pelo meio, estava eu, a dormir profundamente, debaixo do edredão quentinho, com uma almofada debaixo da cabeça e outra agarrada a mim, como já me viste fazer. Despertei com a luz do telemóvel e numa mensagem dizias “Se cair…já sabes…”. E sabia. Sabia que vinhas aí. Dei voltas na cama durante horas. O meu coração batia depressa, provavelmente por sentir que o teu estava cada vez mais próximo. Lembro-me de sorrir, meio a sonhar meio acordada e sentir-me a pessoa mais aconchegada do mundo inteiro. Ali, naquela terra gelada, onde todos parecem ralhar com todos e com o coração perdido nas ruas escuras. Só agora percebo que ele não se perdeu. Fugiu-me para te encontrar. E voltou para mim quando te vi do outro lado da estação, com o teu blusão de cabedal e mochila às costas, o sorriso que se estende aos olhos, e eu a ouvir Wonderwall porque senti que aquele momento precisava de banda sonora. Sei que querias parar e ficar a olhar para mim como se fosse a primeira vez, sei que querias repetir a cena do Armageddon, mas não houve tempo para nada disso. Agarraste-me com a força de quem nunca me vai deixar. Enterrei a cabeça no teu pescoço e a única coisa que consegui articular Estás mesmo aqui não estás? Estiveste. E estás. E conseguiste apagar tudo o que estava para trás.
I'm leaving on a jet plane
- Ia-lhe contanto.
- Quando?
- Quando me perguntou porque estava feito parvo no quintal a olhar para os aviões.
- Quando?
- Quando me perguntou porque estava feito parvo no quintal a olhar para os aviões.
My plastic love
She lives with a broken man. Há cerca de um ano atrás tinha a mala igualmente à porta. Cheia de sonhos e cores. Era tarde, já não se ouvia nada para além do silêncio. Sentada no chão da sala, no meu recanto preferido ouvia Fake Plastic Trees no volume máximo. She tastes like the real thing. A minha dependência extrema deixava-me vazia. Desorientada. Demasiado perdida e ferida para perceber o que estava à minha frente. Dois países distantes. Duas cidades frias. Um coração. E chorava. If I could be who you wanted. A minha intuição nunca se engana. Sabe o caminho até de olhos fechados. E, no fundo, eu sabia que aquela era a primeira e a última viagem. E, na verdade, nunca mais ouvi aquela música.
Would you kill to save a life?
Entrei no banho, a tremer da cabeça aos pés, lavei metodicamente o cabelo, o corpo, embrulhei-me na toalha, passei o creme hidratante nas pernas, barriga, mãos e cara, penteei-me, roupa interior, enfiei as calças e quando ia apertar o cinto no último furo percebi que as calças me caíam. Fiquei a olhar, petrificada, para aquele furo já feito depois da compra do cinto, e que já não me segura as calças. Foi neste exacto momento que me veio à cabeça uma das muitas cenas do filme Into the wild, em que ele vai apertando, apertando e fazendo furos à medida que emagrece. Virei-me de costas para o espelho, tenho os ossos da coluna demasiado salientes na pele, cada vez que respiro vejo as costelas fazerem fricção. Tenho olheiras profundas e negras e as unhas comidas até metade. Estou a consumir-me em silêncio. Sem sintomas, sem sinais. É como se me comesse por dentro. Sem doer, no silêncio da noite. Enquanto a mente dá descanso aos músculos, mas o inconsciente vem ao de cima. É agora, a rampa está mesmo à minha frente. Escorregadia, íngreme. Lá em baixo está o muro. Duro e rochoso. Vou ter de saltar. Não tenho hipótese. Por mais que tente atenuar o embate, sei que me vou partir aos bocados.
Do you really want me?
Estavas de saída. Seguia à tua frente para abrir a porta, segundo as regras de etiqueta. Mandaste-me contra a parede. Senti-a gelada através do rasgão que me fizeste na camisa. Apertaste-me o peito com força, sempre com demasiada força, como eu gosto. Pede-me mais. Não disse nada e roçaste o teu corpo no meu. Pede-me mais. Continuei calada. Pegaste na minha mão e lambeste-me os dedos. Depois obrigaste-me a fazer o mesmo. Presa entre ti e a parede nua e fria, senti a tua mão conduzir a minha. Primeiro pelo decote, depois pela barriga, sempre a descer. Desapertaste-me o botão das calças e quando senti as cuecas, sussurei-te mais ao ouvido. Lasgaste-me imediatamente. E ouvi-te dizer ainda não, enquanto saías pela porta.
The third thing
Said I would and I'll be leaving one day before my heart starts to burn. Times are hard when things have got no meaning. I've found a key upon the floor. Maybe you and I will not believe in the things we find behind the door. So what's the matter with you? Sing me something new... don't you know the cold and wind and rain don't know. They only seem to come and go away. Stand by me, nobody knows the way it's gonna be. If you're leaving will you take me with you. I'm tired of talking on my phone. There is one thing I can never give you. My heart can never be your home.
I'm gonna give all my secrets away
Já passei noites sem dormir por ter o coração cheio de gomas e confetis, já disse uma grande mentira, já fingi um orgasmo, já sonhei acordada, já traí alguém, já perdi uma melhor amiga, já escolhi o nome dos meus filhos, já me droguei, já abracei alguém com tanta força como se fosse a última vez, já cometi um dos sete pecados mortais daqueles com bilhete directo para o inferno, já desejei que alguém morresse, já vi o amanhecer vezes sem conta, já nadei completamente nua, já me perdi no meio do mato numa noite cerrada, já chorei convulsivamente enquanto conduzia, já fui para a cama com alguém que tinha acabado de conhecer, já vi 5 filmes seguidos, já fugi de medo de alguém, já usei um vestido sem roupa interior, já fui para a cama sem lavar os dentes, já fiz um grande sacrificio por uma pessoa que amava, já quis desistir de tudo, já adormeci ao sol no meio das vinhas, já tomei comprimidos para dormir com álcool, já amei alguém mais do que a mim mesma.
I'm losing my favorite game
Dizem que dançar é como andar de bicicleta. Nunca se esquece. Estás a ensinar-me uma nova forma de dançar. À tua volta, à minha volta, à nossa volta. Se existe alguma probabilidade de existir a palavra nós neste estúdio de dança. Dás um passo à frente, é a minha vez de dar um para trás. Por vezes atrapalho-me e dou dois de cada vez. Olhas para mim com a sabedoria de quem já ensinou milhares de passos e rodopios, mas não me censuras. Esperas pacientemente, com aquele sorriso que se estende aos teus olhos, que regresse ao sítio certo e voltas a dar-me a mão. Agarras-me com força, rodopias-me nas tuas mãos e na tua cabeça e eu peço com força para não me deixares cair. Fecha os olhos, dizes-me. Quando a vontade é mais forte deparo-me com o chão duro, frio e escuro a poucos centímetros, como se gostasses de me levar ao limite. Suprimo um grito na garganta e respiro baixinho, lentamente, para que o meu coração deixe de bater tão depressa. Quando atinjo o meu limite afasto-me. Ficas parado, a olhar-me. Como se me estudasses. E, no mais profundo silêncio, consegues ouvir-me chamar por ti.
A miúda dos brincos de pérola
Lembrei-me de ti, entre passar o lápis negro nos olhos e usar o blush. Olhei bem fundo no espelho e consegui ver-te, lá ao fundo, como fazias quase sempre. Com o sobressalto, deixei cair o estojo que me ofereceste e as minhas pérolas rolaram pelo chão. Adoro ver-te de pérolas, ainda te ouço dizer. Começo a sentir aquela tristeza profunda, que vem cá de dentro, daquele lugar tão fundo, tão fundo. Agarro o peito com força com medo que se vá despedaçar. As minhas pernas quebram e escorrego pela ombreira da porta até sentir os azulejos frios. Há um ano atrás pedias-me o blush emprestado, só para me ouvires ralhar. Vou deixá-lo aqui. Em cima da bancada, em frente ao espelho, não vás precisar dele.
The second thing
We'll do it all. Everything. On our own. We don't need anything or anyone. If I lay here. If I just lay here. Would you lie with me and just forget the world? I don't quite know how to say how I feel. Forget what we're told. Before we get too old. Show me a garden that's bursting into life. Let's waste time chasing cars around our heads. I need your grace to remind me to find my own. All that I am. All that I ever was. Is here in your perfect eyes. They're all I can see. I don't know where. Confused about how as well. Just know that these things will never change for us at all.
I don't love you, yet
Convidaste-me, como eu sabia que irias fazer, e eu aceitei, porque afinal de contas, tinha sido eu a levar-te a convidares-me. Fomos até ao teu quarto, mas no corredor já me beijavas o pescoço e desapertavas os botões da camisa. Atrapalhavas-te, como sempre, não sei o que leva a fazer isso, o nervosismo? o desejo? Quando finalmente me tiraste a camisola, sussurrei que me batesses. Não percebeste. Agarrei-te, puxei-te para mim e pedi, delicadamente, por favor. Deste-me uma estalada, mas nem deu para o choque. Era raiva o que eu tinha dentro de mim quando te empurrei contra a parede, quando te beijei e os teus lábios te começaram a doer. Arranquei-te a camisola. Não te desejava assim tanto, não é que alguma vez o tenha feito, é só um reflexo do meu corpo, para o meu coração, não és, nunca serás, quem procuro. Deitaste-me ao chão, e mordeste-me, não como tinha feito antes, mas cheio de raiva, também. Onde foste tu buscar a tua raiva? Sei onde vou buscar a minha, a mim. Tenho raiva de mim e hoje quero descarrega-la em ti. Os teus dedos foram violentos, e a tua língua entre as minhas pernas, magoou-me, mas não deixei de ter prazer, no fundo merecia esta dor, não concordas? Quando me penetraste pela primeira vez, ainda estávamos no chão, pedi-te mais, e levaste-me até à tua parede nua e rugosa, só paraste quando o sangue nas minhas costas te tocou na palma da mão. Não me importei, aliás, não me importei nem um pouco.
Mas aí voltaste a ti, voltaste a olhar para mim, voltaste a procurar o meu olhar, voltaste e tiveste vontade me abraçar, mas afastei-me um pouco. O que se passa? Porque é que estás a chorar, magoei-te? Não, não, mas fode-me mais. Não gostavas de ouvir essa palavra na minha boca, dizias que não combinava comigo. Mas sexo pareceu-me complicado pronunciar na altura, e não é que alguma vez tenha feito amor. E por isso, levaste-me até à cama, estendeste-me e ficaste a ver o meu coração acalmar no meu peito, enquanto me ias beijando, calmamente. Não chores por favor. Mas eu não sabia o motivo de tanto choro, nem como fazer para que parasse.
Mas aí voltaste a ti, voltaste a olhar para mim, voltaste a procurar o meu olhar, voltaste e tiveste vontade me abraçar, mas afastei-me um pouco. O que se passa? Porque é que estás a chorar, magoei-te? Não, não, mas fode-me mais. Não gostavas de ouvir essa palavra na minha boca, dizias que não combinava comigo. Mas sexo pareceu-me complicado pronunciar na altura, e não é que alguma vez tenha feito amor. E por isso, levaste-me até à cama, estendeste-me e ficaste a ver o meu coração acalmar no meu peito, enquanto me ias beijando, calmamente. Não chores por favor. Mas eu não sabia o motivo de tanto choro, nem como fazer para que parasse.
roubado indecentemente à Marta Filipa.
Don't let go
As coisas nunca acontecem como queremos. Há um velho ditado que a minha avó me tenta enfiar na cabeça desde pequena a vida nunca nos dá o que queremos, a vida dá-nos o que precisamos. Talvez seja mesmo isso. Ultimamente não sei o que quero. É como se desde há um ano para cá os meus pulmões estejam colapsados. Contento-me em inspirar pequenas golfadas de ar e pouco mais. E de repente, apareces tu. Como nunca imaginei, mas que carregas uma botija de oxigénio às costas para casos criticos como o meu.
Me vs You
by Steven Meisel
O desejo. Nunca se cala. O meu está aqui, bem escondido atrás da orelha direita. Chego a sentir-lhe o bafo quente quando me sussura o que mais ninguém pode ouvir. Chega a fazer-me corar. Mas no fundo, diz-me sempre o que não consigo atrever-me a pôr por palavras. O que me faz tremer os joelhos, o que me faz suar as palmas das mãos e passar noites em branco. O que me percorre arrepios na espinha, o que me faz perder a cabeça, o coração, a alma e a razão. Inimigos mortais. De um lado os sentimentos, do outro o desejo. Nunca esperei um confronto directo como o de hoje. Digam-me, quem acham que ganhou?
Um dia gostava de te dizer,
que tudo o que disse ser mentira, não o era de facto.
(sou bem pior do que algum dia imaginaste.)
Beautiful monster
Há dias,por vezes só momentos, em que me sinto num filme. Posso escolher a minha personagem. E normalmente escolho sempre os maus da fita. Os que arrasam tudo à sua passagem. Os que entram em cena e provocam arrepios na espinha a quem assiste. Os monstros. Que de tão cruéis se tornam tão bonitos. Há filmes que me provocam. Quando saio da sala venho com uma mutação de personalidade. Foi por isso que regressei a casa depois do Black Swan em silêncio. O que raramente acontece. Costumo ter o rádio aos altos berros. O coração batia-me compassado no peito, a cabeça pausada, os olhos fixos e altivos. Quando me torno numa má personagem atinjo uma superioridade emocional. Um estado de transe que não me deixa indiferente. Existem níveis de inconsciência dentro de mim que estão adormecidos. Agora,que descobri como reanimá-los, não sei se o hei-de fazer. Trazem-me poder e desconfiança. Mas, de certa forma, tenho receio. Receio de não os conseguir voltar a adormecer.
Don't know why I'm still surprised
O medo. É o sentimento mais poderoso de todos. Mais forte que o amor, que o ódio, que o sofrimento, mais forte que diamantes em bruto. Leva-nos a trair as pessoas que amamos, a dizer coisas sem pensar. A fugir. Um passo à frente, dois atrás. Prometem-nos a lua e as estrelas e quando damos por nós somos lixo espacial a flutuar. Depois existe a camada de ozono, que nos impede de correr com os pés na terra outra vez. E, por fim, vem a parte da auto-confiança. Não sou o que queres, o que esperas, não te posso dar o que precisas, não sou boa rés, sou o pior que te pode acontecer. Cobardes. Quando não têm coragem para saltar fora usam o jogo contra nós. Como se a decisão nos pertencesse. Como se fosse eu a olhar para o telemóvel de cinco em cinco minutos. És tu que estás a contá-los, já com a mensagem escrita, prontinha a enviar. Cobardes. Enquanto isso estou, muito provavelmente, a ter uma conversa com outra pessoa, no cinema com outra pessoa, a jantar com outra pessoa, na cama com outra pessoa. Pensa o que quiseres de mim, mas cobarde é que não sou.
The first thing
The more you see the less you know. The less you find out as you go. I knew much more then, than I do now. Neon heart day glow eyes. A city lit by fireflies. They're advertising in the skies for people like us. And I miss you when you're not around. I'm getting ready to leave the ground. Oh, you look so beautiful tonight in the city of blinding lights. Don't look before you laugh. Look ugly in a photograph. Flash bulbs purple irises the camera can't see. I've seen you walk unafraid. I've seen you in the clothes you made. Can you see the beauty inside of me?
We'll be gone gone
Gostava de dizer que sou uma pessoa bem resolvida. Que o passado está lá atrás. Que para a frente é que é o caminho. Gostava de não pensar nos sacrifícios que fiz, nas horas que esperei de coração apertado, na vontade de ser invisível, nas respostas engolidas em seco, porque mereço, merecia. Há momentos, palavras, gestos, estradas, portas, cheiros que nos marcam para a vida. E hoje, com o meu guarda-chuva, por entre as poças de chuva senti o perfume. E quando me voltei não estava lá ninguém. Ninguém. Mas estava lá a porta. Aquela em que uma vez te apoiaste quando voltavamos ao carro. Rias tanto e tão alto que me contagiaste. Ri contigo até chorar. Lá estavas, tu e o teu sorriso. Foi assim que percebi porque não gosto desta cidade. Está demasiado cheia de ti e de mim.
Tell me that I'm good enough
O dia dos namorados é um dia parvo. Como tantos outros. Como quase todos os dias da minha vida. Este é só mais um. E é por isso que gostava de voltar a acreditar. Acreditar que podem surpreender-me mesmo depois de me tornar 99% céptica em relação ao amor. Tenho saudades de suster a respiração, sentir o coração acelerado e sorrir. Sorrir verdadeiramente. Sem ter de agradar aos outros. Chorar de alegria. Oh, há imenso tempo que não choro de alegria. E o quanto gosto disso. Sentir-me amada até à medula óssea. Que faço parte da vida de alguém. Que adormecem a pensar a mim. Que me posso enroscar num corpo quente até cair no sono. Mas pronto, isto já era de esperar. Estou armada em lamechas hoje, não páro de comer porcarias e ver comédias românticas. Só porque quero voltar a acreditar. E se depois de dois filmes, não estou totalmente convencida, vai com certeza ser no terceiro. É isso. E amanhã, amanhã vai ser um dia bom, surpreendente. Vá, façam lá figas. Já o merecia.
You can't always get what you want
Não estava a falar a sério, ok? Sei que te incitei a dar o teu pior...mas obrigar-me a ir às urgências a meio da noite? Levar com um médico que deve ter terminado agora o internato, que fazia um sorriso sarcástico a cada resposta que lhe dava e ostentava aquele ar "o que tu queres sei eu" quando eu me contorcia de dores...ah ah ah. Achas que é isso que me vai deitar abaixo?Seriously?!
Give me something I can believe in
Olivia Wilde by Tao Ruspoli
Quem disse que estar durante uma hora e meia no trânsito não é divertido está redondamente enganado. Há momentos e pessoas que valem por todos os minutos da nossa vida desperdiçados entre a 1ª e a 2ª mudança. Enquanto cantava Open your eyes de alma e coração, eis que reparo que estou a ser observada por dois olhos no espelho retrovisor do carro parado à minha frente. Depois de corar violentamente (ainda bem que já era noite) volto a tentar focar aquele mesmo olhar, timidamente. Que continua fixado em mim. Olho para o outro lado instintivamente. E começo a sorrir. São olhos de 20 e poucos anos, ainda com o brilho dos sonhos por perseguir, um carro da gama "oferecido pelos pais", como o meu, e atrevidos. Quando volto a olhá-lo está a cantar. Abana a cabeça de um lado para o outro ao som da música que tento em vão perceber. Quer competição. Vamos a isso. Aumento o volume e desta vez é a Chasing cars. Sorri para mim. Sinto-me uma menina cheia se sonhos. Capaz de tudo. Estou colada à traseira dele. Estão a bater-me o couro no trânsito. E gosto. Que originalidade. Apanho o cabelo e ele arranca. Passa-me pela cabeça que, se não tirar os olhos de mim ainda bate no carro da frente. Engano-me. Um engraçadinho arma-se em esperto e atravessa-se à minha frente. Filho da puta. Estragou-me o flirt. Pronto, acabou-se a brincadeira. Estou eu a maldizer a minha vida quando reparo que ele, o dos olhos, o que compete no karaoke automóvel comigo, passou para a faixa do lado. Deixa o filho da puta avançar e abre o pisca para voltar à minha dianteira. Agora sim. Sinto-me levitar. Sinto-me estúpida por estar a levitar. Ele só mudou de faixa e, para mim, foi como se tivesse virado o mundo do avesso para me voltar a ver. Depois das portagens perdi-o de vista. E não, não decorei a matrícula.
Let it be
Qual é a piada de viver sem cometer erros? Fazer tudo certo, dar as respostas que os outros esperam, reacções calculadas ao milímetro. Há erros que sabem pela vida. Pelas noites mal dormidas, pelo stress acumulado, pelos fracassos sucessivos. Há erros que já não são erros. São catástrofes. Abanamos a cabeça na eminência de os ver passar, fechamos os olhos quando nos batem à porta, e consentimos no silêncio da nossa consciência. Há erros com E grande, gigante, incomensurável. Quanto maior o erro, mais vontade existe em cometê-lo. Em deixá-lo invadir esta estúpida, certa e medíocre existência. E já ninguém aprende com eles. Eu já não aprendo com eles. Tal como já não espero nada deles. O que vier, virá. Se vou pagar por cometê-los? Talvez. Mas mais do que já paguei parece-me impossível. Se bem que vida está sempre a surpreender-nos. Então vá, força. Mostra-me o teu melhor. Eu mostro-te o meu pior.
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Acerca de mim
- Joana
- O meu nome é Joana. Sou insatisfeita por natureza, quero sempre mais e sempre melhor. Sou indecisa, mas quando me decido vou até ao fim do mundo. O meu sonho é fotografar o mundo e as coisas bonitas que nos rodeiam. O meu grande sonho é não ter limites para o fazer.